2 de junho de 2024
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O que é racismo ambiental? Entenda o termo

Conceito, criado na década de 1980, ilustra como as catástrofes ambientais impactam mais as populações periféricas

"Racismo ambiental" voltou a ser debatido depois das fortes chuvas no RJ (Foto: Agência Brasil)

A tragédia provocada pelas fortes chuvas no Rio de Janeiro, no último final de semana, que deixou 12 vítimas fatais, 9 mil desalojados e 300 desabrigados, trouxe ao debate o conceito de “racismo ambiental”.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, abordou o tema em seu perfil nas redes sociais. “Não é natural que em alguns municípios, bairros, periferias e favelas sofram com consequências mais graves da chuva do que outros. Também não é natural que esses lugares tenham ali a maioria da sua população negra. Isso faz parte do que a gente chama e define de racismo ambiental e os seus efeitos nas grandes cidades”, afirmou a ministra.

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O que é racismo ambiental?

O termo existe desde a década de 1980 e é usado para ilustrar como catástrofes ambientais, como enchentes, secas, contaminações, impactam de forma mais severa as populações periféricas.

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Segundo o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, o conceito explica a forma como a mudança climática e as tragédias que decorrem dela afetam de forma mais severa grupos sociais política e economicamente discriminados que, por esse motivo, são forçados a viver em condições de risco.

“Não significa dizer que apenas pessoas destes grupos são afetadas pelos eventos climáticos, mas que as pessoas a que a estes grupos pertencem são mais afetadas, por razões sociais, pelos eventos ambientais”, publicou o ministro em suas redes sociais.

Como o racismo ambiental se manifesta?

Estudiosos e ativistas apontam que o racismo ambiental está cada vez mais presente no cotidiano das pessoas, mesmo que elas não percebam.

A falta de saneamento básico, coleta de lixo, rede de esgoto, acesso à água potável e instalação de aterros sanitários em comunidades de baixa renda, locais habitados em grande parte por negros e pardos, são algumas das manifestações de racismo ambiental.

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Co-diretor-executivo do Observatório da Branquitude, o sociólogo e antropólogo Thales Vieira explica que outra evidência do racismo ambiental é a exclusão da parcela pobre das políticas públicas.

“Por isso que a gente fala que o racismo ambiental é produto de uma intenção efetiva de não produção de políticas para essas populações, de não participação dessas populações nas decisões que são tratadas de políticas que efetivamente são feitas ou não são feitas. Essa também é uma forma de fazer política, a omissão é uma forma também de fazer política.”, disse Vieira. Para ele, deixar de produzir políticas públicas em benefício de parte da população é, na prática, “deixá-la para morrer”.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, cobrou uma modernização na forma de entender e atender a população mais carente de atenção dos gestores. “A política pública precisa integrar novas linguagens, que sejam capazes de objetivamente dar nome às demandas, e o racismo ambiental é uma das realidades que precisam ser enfrentadas. Eventos climáticos extremos atingem toda a população, mas é um fato que pessoas pretas, mulheres, crianças, jovens e idosos são duramente mais afetados”.

*Com informações da Agência Brasil

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Marcos André Andrade
Marcos André Andrade é formado em jornalismo pela Unesp e pós-graduado em Gestão da Comunicação em Mídias Digitais pelo Senac. No Grupo EP desde 2022, é editor do Tudo EP e foi repórter do acidade on Campinas. Tem passagens pela Band Campinas, Rádio Bandeirantes de Campinas e Rádio Band News de Campinas, onde desempenhou as funções de âncora, editor, produtor e repórter.
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