Durante o discurso de Jair Bolsonaro, no ato na Avenida Paulista, em São Paulo, que ocorreu no domingo (25), o ex-presidente deu declarações que serão avaliadas pela PF (Polícia Federal) no inquérito que investiga a participação dele em uma suposta tentativa de golpe de Estado, após as eleições de 2022.
Bolsonaro perdeu para Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno da disputa à Presidência da República e, junto com seus apoiadores, colocou em cheque o sistema eleitoral brasileiro. Tal postura acarretou nos protestos violentos do dia 8 de janeiro, em Brasília (DF), quando apoiadores do ex-presidente invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes.
LEIA MAIS
Qual a relação entre Bolsonaro e o julgamento do caso Madeleine?
Lula propõe parceria com países africanos para combate ao desmatamento
Declaração
Neste último domingo, o ex-presidente admitiu conhecer uma minuta que previa
- Decretar estado de sítio
- Prender parlamentares e ministros do STF
O documento seria a base a um possível golpe de Estado.
Bolsonaro afirmou que decretar estado de sítio faz parte da Constituição e que golpe de Estado se dá com tanque na rua. O discurso vai na contramão da postura que o ex-presidente teve durante depoimento prestado à PF na última quinta-feira (22), quando ficou calado com as perguntas dos investigadores sobre o assunto.
Minuta
A minuta que, supostamente, seria usada para o decreto de estado de sítio foi encontrada em uma operação de busca e apreensão na casa do ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Anderson Torres.
De acordo com o texto apreendido pela PF, o Poder Judiciário agiria para impedir a posse do presidente eleito democraticamente, Luiz Inácio Lula da Silva, assim como a ocorrência de novas eleições. Esta minuta teria sido citada pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da presidência da República, em delações.
Jair Bolsonaro é investigado pela PF e pelo STF sobre o ataque à sede dos Três Poderes em Brasília ocorrido em 8 de janeiro de 2023. O discurso de domingo se junta a outros materiais, como vídeos de reuniões, na investigação.
*Com informações de Agência Brasil
**Sob supervisão de Marcos Andrade
LEIA TAMBÉM