12 de dezembro de 2024
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Por que Gabriela Hardt, ex-juíza da Lava Jato, será afastada?

Determinação do afastamento da juíza será analisado pelo CNJ em sessão desta terça-feira (16); entenda o motivo

ex-juíza da Lava Jato
Corregedor também solicitou afastamento de outras pessoas (Foto: Reprodução/Youtube)

O ministro Luís Felipe Salomão, corregedor nacional de Justiça, determinou o afastamento da juíza federal Gabriela Hardt, ex-magistrada da Operação Lava Jato. A decisão foi tomada nesta segunda-feira (15) e, junto dela, Salomão pediu o afastamento de outras pessoas.

Atualmente, Gabriela trabalha numa vara recursal da Justiça Federal no Paraná, mas já atuou como substituta do ex-juiz Sergio Moro na 13ª Vara Federal em Curitiba.

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Para afastar a juíza, Salomão afirmou que a magistrada cometeu irregularidades em decisões que autorizaram o repasse de cerca de R$ 2 bilhões oriundos de acordos firmados com os investigados, entre 2015 e 2019, para um fundo que seria gerido pela força-tarefa da Lava Jato. Os repasses foram suspensos em 2019 pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

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Para o corregedor, Gabriela Hardt pode ter cometido o que chamou de “recirculação de valores”, direcionando os recursos obtidos em acordos de delação e leniência com investigados na operação.

“Os atos atribuídos à magistrada Gabriela se amoldam também a infrações administrativas graves, constituindo fortes indícios de faltas disciplinares e violações a deveres funcionais da magistrada, o que justifica a intervenção desta Corregedoria Nacional de Justiça e do Conselho Nacional de Justiça”, justificou Salomão.

A decisão também indica que Gabriela Hardt pode ter discutido os termos do acordo “fora dos autos” e por meio de aplicativo de mensagens WhatsApp.

“A decisão da magistrada [homologação do acordo]  foi baseada exclusivamente nas informações incompletas (e até mesmo informais, fornecidas fora dos autos e sem qualquer registro processual) dos procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato, sem qualquer tipo de contraditório ou intimação da União Federal”, completou o corregedor.

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A assessoria de imprensa da Justiça Federal em Curitiba informou que a juíza não vai se manifestar sobre o afastamento.

Afastamentos

Além da ex-juíza, Salomão também pediu o afastamento das funções de dois desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região e um juiz da 13ª Vara Federal em Curitiba, são eles:

  • Carlos Eduardo Thompson Flores
  • Loraci Flores de Lima
  • Danilo Pereira Júnior

Os afastamentos foram determinados de forma cautelar e serão analisados na sessão de desta terça-feira (16) do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

Nas decisões, o corregedor citou supostas irregularidades cometidas pelos magistrados durante os trabalhos de investigação da Lava Jato.

Descumprimento de decisão

Os desembargadores do TRF 4 são acusados pelo CNJ de descumprimento de uma decisão do Supremo que suspendeu os processos contra o ex-juiz da Lava Jato Eduardo Appio. Eles faziam parte da 8ª turma do TRF, colegiado que deliberou sobre o caso e afastou Appio do cargo.

“O comportamento deliberado de descumprimento de ordem emanada da Suprema Corte contribui para um estado de coisas que atua contra a institucionalidade do país, tornando, por isso, gravíssimas as condutas em análise, frontalmente incompatíveis com a dignidade das funções de magistrado”, afirmou o corregedor. 

*Com informações de Agência Brasil

**Sob supervisão de Marcos Andrade

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Janaína Boaventura, com supervisão da redação
Estagiária no Tudo EP e no ACidade ON, é graduanda em Estudos Literários. Adentrou no Grupo EP em 2024 e atua nos conteúdos digitais, enfaticamente com a parte textual.
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