Após encontrar vestígios de sangue próximos a um dormitório de galinhas na chácara da avó, em Peruíbe (SP), o biólogo Bruno Lourenço se deparou com uma descoberta inusitada: um morcego-vampiro se alimentava do sangue da cloaca das aves que estavam guardadas no local.
“Primeiro eu comecei a procurar por machucados nos animais. Eu imaginava que podia ser morcego, mas queria ter certeza. Não perdemos nenhuma galinha, mas serviu de alerta. Depois do registro eu enviei o vídeo para o Ed Ventura, biólogo e coordenador do Instituto Bioventura, que trabalha com morcegos”, explicou Bruno em entrevista ao Terra da Gente (EPTV).
O biólogo conta que, após análise, ele e Ventura decidiram orientar os donos de propriedades da região a prenderem suas galinhas nos galinheiros. “É um registro importante, porque contribui com a ciência e com a educação ambiental”, explica.
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MORCEGOS-VAMPIROS
Das 180 espécies de morcegos presentes no Brasil, apenas três se alimentam de sangue:
– morcego-vampiro-comum (Desmodus rotundus)
– morcego-vampiro-de-asas-brancas (Diaemus youngi)
– morcego-vampiro-de-pernas-peludas (Diphylla ecaudata)
Segundo Roberto Leonan Novaes, biólogo especialista em morcegos, o Diphylla ecaudata e o Diaemus young têm preferência por aves. Porém, existem registros de que as espécies também se alimentam de sangue de mamíferos. Por outro lado, o Desmodus rotundus se alimenta do sangue de diversos tipos de animais.
Ainda segundo Novaes, não é possível identificar a espécie descoberta por Bruno Lourenço apenas por meio da análise dos registros feitos pelo biólogo. Acontece que as três espécies hematófagas tem tamanho parecido, além de possuírem a mesma coloração de pelagem.
“Essas três espécies estão presentes em todo o Brasil, mas o morcego-vampiro-comum é o mais abundante. Ele tolera ambientes muito alterados pela ação humana, incluindo áreas rurais e periurbanas. As outras duas espécies são menos tolerantes, por isso costumam ocorrer em florestas e áreas bem conservadas. Além disso, elas também possuem densidades populacionais naturalmente mais baixas e, por isso, podem ser consideradas mais raras”, explica o especialista.
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