Enquanto muita gente tem medo de cobras, outras pessoas gostam tanto desses animais que desejam tê-los em casa, como bichinhos de estimação. Mas você sabe quais as regras para a criação desse pet?
Desde 1997, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) permite criar serpentes não peçonhentas como animal de estimação no Brasil. Mas, para ter uma delas em casa, é preciso que o animal seja comprado em criadores legalizados e com registro no Ibama. Os animais ainda devem vir com um microchip, utilizado pelos órgãos de controle e fiscalização.
O interessado deve enviar uma carta-consulta ao órgão competente de sua região, explicando os objetivos de criação, as espécies que pretende criar e o local que será destinado ao criadouro. O Ibama faz uma vistoria no local e, se tudo estiver dentro das exigências estabelecidas, o registro de criação é liberado.
Já para importar uma cobra exótica, é obrigatório ter uma autorização especial do Ibama, uma vez que existem riscos de desequilíbrio do ecossistema, caso esse animal escape, ou seja abandonado na fauna local.
Quem pode ter uma cobra em casa?
Segundo a veterinária especialista em animais silvestres, Luana Mrozinski, qualquer pessoa pode fazer esse tipo de compra, não havendo pré-requisitos a serem analisados.
Qual a espécie mais recomendada para iniciantes?
Existe uma variedade de cobras que podem ser compradas e criadas em casa. “Jibóias das variedades arco-íris da Caatinga, boa constrictor e jibóia da Argentina, píton ball e periquitamboia, são as principais espécies e as mais conhecidas por quem almeja obter uma serpente como pet”, afirma Luana.
Porém, para quem nunca teve uma cobra em casa antes, a indicação da profissional é a jibóia arco-íris da Caatinga. “Elas possuem um temperamento dócil, chegam a 1,60 cm de comprimento e seus cuidados ambientais e alimentares são de fácil adequação para o tutor”.
A dieta adequada dessa espécie criada em cativeiro consiste em oferecer roedores no tamanho adequado para sua serpente. No primeiro ano de vida do animal, deve ser oferecido o alimento uma vez na semana. No segundo ano de vida, uma vez a cada 10 dias. E do terceiro ano em diante, uma vez a cada 15 dias.
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Que tipo de cuidados especiais é preciso ter?
De acordo com Luana, o novo tutor, precisa se atentar a alguns cuidados especiais que esses répteis necessitam:
- As cobras são ectotérmicas ou seja, dependem da temperatura ambiental para se aquecerem, sendo assim, é necessário fontes artificiais de calor. Por exemplo: lâmpadas que aquecem, placas e/ou pedras térmicas.
- Procurar saber quais os hábitos alimentares da espécie escolhida e preparar as refeições, as quais podem ser semanais ou até quinzenais, dependendo da idade e tamanho da serpente.
- Prover um ambiente de fácil limpeza e que proverá um habitat semelhante ao que ela teria na natureza (folhagens, galhos, terra, potes de água, umidade adequada, tocas e calor). Uma boa dica é criá-las em terrários. “Promover a temperatura ideal e um ambiente adequado para sua serpente favorece a promoção da saúde e longevidade do animal”, finaliza a veterinária.
O que as cobras comem?
A alimentação das cobras é uma questão extremamente importante e deve ser considerada antes de decidir criar o animal em casa. De acordo com Luana, as serpentes comem pequenos mamíferos e aves, insetos e anfíbios.
“Os alimentos devem ser adquiridos em locais especializados em répteis, que oferecem esses petiscos in natura ou congelados, prontos para a oferta”, explica.
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