19 de maio de 2024
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Tudo Saúde

Dengue é mais perigosa em crianças? Veja sintomas e formas de prevenção

Períodos de altas temperaturas facilitam a proliferação de insetos, principalmente os mosquitos, aumentando casos da doença

Número de mortes por dengue caíram em 2024, em comparação com o mesmo período do ano passado

Os casos de dengue têm aumentado cada vez mais com a alta das temperaturas em 2023, já que o clima de calor seguido de chuva é um cenário ideal para proliferação de insetos, principalmente os mosquitos. Com isso, é preciso redobrar a atenção com as medidas de prevenção, especialmente em relação às crianças.

Diferente dos adultos, com os pequenos o início da doença pode acabar passando despercebido pelos pais e o quadro grave ser identificado como a primeira manifestação clínica, conforme afirmou a pediatra e coordenadora do Departamento de Pediatria da SMCC (Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas), Silvia Helena Viesti Nogueira.

De acordo com a especialista, a dengue costuma ser mais grave em crianças com menos de dois anos, assim como em pessoas no outro extremo de idade, que são os idosos maiores de 60 anos. Os pais também precisam ficar atentos em casos de comorbidades, especialmente com as que já têm doenças respiratórias, como asma brônquica.

A especialista explica que a primeira manifestação da dengue tanto em adultos quanto em crianças maiores é a febre. Geralmente ela surge de forma alta (39ºC e 40ºC), de início abrupto, associada à dor de cabeça, falta de ânimo, dor muscular e nas articulações, dor atrás dos olhos, com presença ou não de exantema (manchas avermelhadas) e coceira.

A febre alta ainda costuma estar associada à apatia, sonolência, recusa da alimentação, vômitos, diarréia ou fezes amolecidas. Em casos de crianças mais novas, a identificação da doença pelos pais pode ser mais difícil dependendo dos sintomas.

“Nos menores de 2 anos de idade, especialmente em menores de 6 meses, os sintomas como dor de cabeça, dor articular e dor muscular podem manifestar-se por choro persistente, falta de ânimo e irritabilidade, e podem ser confundidos com outras infecções virais comuns nessa faixa etária”, afirma Nogueira.

Já no caso da dengue hemorrágica, forma grave da doença que pode levar à morte, os sintomas são semelhantes aos da dengue clássica, mas podem incluir sangramento de mucosas, como gengiva, nariz e olhos, e sangramento interno, como hemorragia digestiva ou hemorragia cerebral. 

 

  

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SINAIS DE ALERTA DA DENGUE EM CRIANÇAS

A pediatra explica que o agravamento da dengue em crianças costuma ser súbito, diferentemente dos adultos, em que os sinais de alerta e gravidade são mais facilmente detectados. Veja quais são:

– Dor abdominal intensa
– Vômitos persistentes ou com sangue
– Melena (fezes escurecidas com cor de borra de café)
– Acúmulo de líquido (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico)
– Hipotensão postural ou lipotímia
– Aumento do fígado
– Sangramento de mucosas
– Letargia ou irritabilidade
– Aumento progressivo do hematócrito e diminuição das plaquetas ao exame de sangue
– Diminuição da diurese
– Desconforto respiratório
– Hipotermia

TRATAMENTO DA DENGUE EM CRIANÇAS

Nos casos da dengue em crianças tratadas em casa e sem sinais de alarme deve ser oferecido soro oral e outros líquidos de acordo com a aceitação da mesma. A hidratação é um fator fundamental para curar a doença, já que ajuda a prevenir a desidratação, que é uma das principais complicações.

“Um sinal importante para os pais ficarem atentos se a criança está ou não bem hidratada, é prestar atenção na diurese e verificar se a urina está em boa quantidade e cor clara (não concentrada)”, recomenda a pediatra.

PREVENÇÃO DA DENGUE EM CRIANÇAS

De acordo com Nogueira, para prevenir a dengue em crianças, os pais podem proteger seus filhos das picadas de mosquito transmissores da doença tomando as seguintes medidas:

1 – Utilizar roupas de manga longa e calça comprida, de preferência de cor clara e trama mais fechada;
2 – Evitar uso de perfumes;
3 – Ao nascer e pôr do sol, deixar as janelas e portas fechadas. De preferência, instalar telas nas mesmas. O uso de ar condicionado também ajuda a repelir o mosquito;
4 – Utilizar mosquiteiro em camas e berços.
5 – Apesar do uso de inseticidas ser controverso, se usado deverá ser feito com cautela e esporadicamente;
6 – Limpar a casa, quintal, terrenos e eliminar possíveis criadouros do mosquito, acabando com locais de água parada;
7 – Aplicar repelentes. Aqueles à base de icaridina podem ser utilizados em formulações próprias para cada idade, a partir de 3 meses de vida. Acima de 2 anos de idade, podem ser usados repelentes a base de DEET. Ainda existe a opção de óleos naturais, como os de andiroba, citronela e capim limão, porém seu efeito é menos duradouro quando comparado aos repelentes comerciais. Recomenda-se que seja utilizado sob orientação do pediatra.

 

 

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Vitória Silva
Repórter no ACidade ON Campinas. Formada em Jornalismo pela Unesp, tem passagem pelos portais Tudo EP e DCI, experiência em gravação e edição de vídeos, produção sonora e redação de textos, com maior afinidade com temas que envolvem cultura e comportamento.
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