31 de outubro de 2024
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Tudo Saúde

Novos tratamentos tentam frear o crescimento do Diabetes Tipo 2

Atlas do diabetes aponta que Brasil gasta anualmente quase U$ 43 bilhões com o tratamento da doença

Uma das doenças crônicas mais preocupantes no Brasil, o diabetes já é o terceiro colocado no ranking mundial das enfermidades que causam o maior gasto com o tratamento. O país já é o sexto do mundo em número de pacientes com a doença, são mais de 15,7 milhões de pessoas diagnosticadas. A estimativa é que mais de 23 milhões de pacientes tenham diabetes até 2045. 

O Brasil gasta anualmente quase U$ 43 bilhões com o tratamento da doença, segundo dados que integram a 10a edição do Atlas do Diabetes, publicada pela Federação Internacional de Diabetes. Os EUA lideram o ranking, com US$ 379 bilhões gastos em tratamentos. Por ser uma doença que não apresenta sintomas em sua fase inicial, o diabetes é difícil de ser diagnosticado. A nova edição do Atlas estima que só no Brasil cerca de 5 milhões de pessoas não saibam que estão com diabetes. 

 

 

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A médica endocrinologista Paola Wyatt, que atua no Eco Medical Center em Curitiba, explica que o maior crescimento do diabetes está no tipo 2, normalmente atrelado ao sobrepeso. ‘O diabetes tipo 2 é crescente entre jovens e adultos. Isso porque o sedentarismo, aliado ao fácil acesso a produtos alimentares processados e ultraprocessados têm proporcionado superávit calórico a nível populacional’, comenta Paola. ‘Além disso, o avanço da tecnologia, com as mais diversas soluções online, minimizou ainda mais a necessidade de deslocamentos e do gasto energético gerado por atividades físicas não programadas como, por exemplo, caminhar até o supermercado para fazer compras’, demonstra Paolla.

NOVOS MEDICAMENTOS

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Na tentativa de frear o crescimento da doença, novos tratamentos clínicos e cirúrgicos estão sendo utilizados por especialistas para o Diabetes tipo2.

Recentemente chegou ao mercado uma nova categoria de medicamento, a semaglutida, em pílulas, que imita o hormônio natural GLP-1. Com o lançamento sob o nome de Rybelsus, a semaglutida passa a ter uma segunda versão, de mais fácil uso, mas propriedades semelhantes ao medicamento aplicado por injeções. Seus desenvolvedores acreditam que, ao retirar a necessidade do uso de agulhas, a adesão ao tratamento aumentará

‘A semaglutida subcutânea é o maior avanço disponível atualmente para o tratamento do diabetes tipo 2 e da obesidade. Ela reduz em média 15% do peso em estudos voltados para a população com obesidade e melhora significativamente a hemoglobina glicada, marcador do controle glicêmico em indivíduos com diabetes’, explica a médica.

CIRURGIA

No entanto, para pacientes que não conseguem controlar o diabetes tipo 2 com medicamentos, a cirurgia metabólica pode ser indicada.

Diferente da cirurgia bariátrica, que tem como foco principal a perda de peso, a Cirurgia Metabólica é indicada para o tratamento de pacientes que não possuem obesidade mórbida, com diabetes mellitus Tipo 2 (DM2), Índice de Massa Corporal abaixo de 35 Kg/m2 e que, comprovadamente, já passaram durante dois anos pelo tratamento clínico da doença sem resultados. 

‘Pacientes com resistência à insulina severa são os que melhor respondem ao procedimento que visa o controle do Diabetes Tipo 2’, explica o cirurgião especializado em doenças metabólicas, Alcides Branco, do Eco Medical Center.  

Ele explica que o procedimento é realizado por videolaparoscopia, através de pequenos furos na parede abdominal, ou por robô. ‘Essa alteração promove a passagem mais rápida do alimento do estômago para o intestino e traz mudanças metabólicas como a aceleração da produção de hormônios, que atuam no pâncreas melhorando a produção de insulina, o que normaliza os níveis de glicose no sangue’, reforça Alcides. 

Os estudos têm demonstrado benefícios a médio e longo prazo para a qualidade de vida destes pacientes como, por exemplo, que 85% dos pacientes entram em remissão do diabetes (deixam de tomar medicamentos e insulina) já no primeiro ano de cirurgia. 

Além disso, a cirurgia metabólica é uma ferramenta eficaz para prevenir complicações graves do diabetes como a insuficiência renal, a retinopatia diabética, acidentes cardiovasculares e os problemas de úlcera e gangrena dos membros inferiores que levam muitos pacientes a ter de amputar parte da perna.

INDICAÇÃO

Entre os critérios de indicação para a cirurgia metabólica estão IMC entre 30 kg/m² e 34,9 kg/m², idade entre 30 e 70 anos, ter diabetes mellitus tipo 2 há menos de 10 anos, indicação cirúrgica feita por endocrinologista e parecer mostrando que o paciente apresentou resistência ao tratamento clínico com antidiabéticos orais e/ou injetáveis, mudanças no estilo de vida e que compareceu ao endocrinologista por no mínimo dois anos. (Com informações da Agência Estado)

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Marcos André Andrade
Marcos André Andrade é formado em jornalismo pela Unesp e pós-graduado em Gestão da Comunicação em Mídias Digitais pelo Senac. No Grupo EP desde 2022, é editor do Tudo EP e foi repórter do acidade on Campinas. Tem passagens pela Band Campinas, Rádio Bandeirantes de Campinas e Rádio Band News de Campinas, onde desempenhou as funções de âncora, editor, produtor e repórter.
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