Um levantamento realizado pelo Repórter Brasil identificou uma mistura de 27 diferentes tipos de agrotóxicos na água consumida em 210 cidades brasileiras, como São Paulo (SP), Fortaleza (CE) e Campinas (SP). Esses dados foram obtidos a partir de informações do Sisagua (Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano), do Ministério da Saúde, com testes feitos em 2022.
Segundo a reportagem, na maioria dos exames foi identificada uma concentração dentro do limite considerado seguro pelo Ministério da Saúde para cada tipo de substância isoladamente. Porém, o texto ressalta que a regulação brasileira não leva em conta os riscos de interação entre os diferentes tipos de pesticidas.
De acordo com uma publicação da pasta, o Brasil vem sendo o país com maior consumo de agrotóxicos desde 2008, por conta do desenvolvimento do agronegócio no setor econômico. Estes produtos são responsáveis por causar 70 mil intoxicações agudas e crônicas por ano e que evoluem para óbito, em países em desenvolvimento, de acordo com a OIT (Organização Internacional do Trabalho). Há ainda outros mais de sete milhões de casos de doenças agudas e crônicas não fatais também registrados.
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Esse tipo de intoxicação pode causar uma série de doenças, levando em consideração o produto que foi utilizado, o tempo de exposição e quantidade de produto absorvido pelo organismo.
Ainda segundo o texto do Ministério da Saúde, a contaminação por agrotóxicos através da ingestão pode causar irritação da boca e garganta, dor de estômago, náuseas, vômitos e diarreia.
Há ainda outros efeitos crônicos que podem surgir, que são aqueles que aparecem após exposições repetidas a pequenas quantidades de agrotóxicos por um período prolongado:
– Dificuldade para dormir;
– Esquecimento;
– Aborto;
– Impotência;
– Depressão;
– Problemas respiratórios graves;
– Alteração do funcionamento do fígado e dos rins;
– Anormalidade da produção de hormônios da tireóide, dos ovários e da próstata;
– Incapacidade de gerar filhos, malformações e problemas no desenvolvimento intelectual e físico das crianças.
Também existem estudos que apontam grupos de agrotóxicos como prováveis e possíveis cancerígenos. Mas essa associação entre exposição a agrotóxicos e desenvolvimento de câncer ainda gera polêmicas, principalmente porque os indivíduos estão expostos a diversas substâncias, sem contar outros fatores genéticos.
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