A Feira das Mulheres Empreendedoras é um fenômeno recente em Campinas e já transformou diversas vidas no distrito do Ouro Verde. No Campinas Shopping, uma, dentre tantas lojas, desperta a atenção em quem percorre os corredores movimentados do centro comercial. A loja colaborativa “Mulheres do Bem” é um espaço que concentra o trabalho de dezenas de mulheres a cada duas semanas.
Neste espaço, as prateleiras são recheadas de artesanato e arte. São estampas criativas, canecas personalizadas e peças cuidadosamente pensadas em cada um dos clientes. Dessa maneira, com dedicação exemplar, mais de duas mil mulheres participam atualmente do Programa Mulheres Empreendedoras, da Secretaria Municipal de Assistência Social, Pessoas com Deficiência e Direitos Humanos de Campinas.
Segundo a idealizadora do projeto, Grazielle Coutinho, o Programa da Prefeitura tem braços em todas as regiões de Campinas e, no Ouro Verde, não poderia ser diferente. A participante e moradora do distrito Miriam Sperancin abriu um sorriso ao falar do empreendimento. As falas da artesã eram carregadas de uma nostalgia recente, mas a firmeza das palavras denunciava o orgulho de fazer parte daquela história.
“No projeto das empreendedoras, vai fazer um ano que eu faço parte. E comecei a fazer parte das feiras”,
revela.
Miriam faz referência às feiras “mães” – com cerca de 300 expositoras e que acontece a cada dois meses – e as “descentralizadas” – que, no Ouro Verde, ocorre todos os meses na Avenida Suaçuna.
Dessa maneira, a primeira “Feira Mãe” aconteceu na Estação Cultural, no Centro de Campinas. Atualmente, Miriam conta que o projeto cresceu. De acordo com a Prefeitura Municipal, as feiras, além do Ouro Verde, já passaram pelas seguintes localidades da cidade:
- Campo Grande;
- Vila Padre Anchieta;
- Sousas;
- Vila Costa e Silva e;
- Jardim das Oliveiras.
Um projeto que transforma vidas
Miriam, do distrito do Ouro verde, é apenas uma de tantas outras vidas que foram transformadas pelo projeto da Feira da Mulheres Empreendedoras. Segundo a artesã, as duas lojas colaborativas – uma no Campinas Shopping e a outra no Shopping Bandeiras – é uma ótima oportunidade de aprendizado à mulher que está iniciando no mundo empreendedor.
Por isso, ela diz: “Através do projeto, eu fui fazendo um estudo do meu próprio trabalho. Então, eu aprendi a expor o meu trabalho, a divulgar e conversar com os clientes”.
“[Ao longo desse um ano], eu fui errando para poder acertar. E esse projeto tem essa parte de acolhimento. Então, uma sempre ajuda a outra”,
diz.
Uma história de orgulho e sucesso
Angélica de Lima é outra empreendedora que participa do Programa Mulheres Empreendedoras de Campinas. Ela é natural do Ouro Verde e começou com o projeto nas feiras que acontecem na Avenida Suaçuna.
“É um prazer conseguir empreender, ser mãe e expor o meu produto”, diz. Para ela, ter a oportunidade de ver os trabalhos expostos nas prateleiras da loja colaborativa é um motivo de muito orgulho.
“Eu sempre gostei muito de costura. Eu sempre peguei retalhos para fazer algumas roupas”. Atualmente, Angélica se dedica a fazer roupas infantis. No projeto, ela está desde a terceira feira realizada pelo grupo e revela que deseja continuar ainda por muito mais tempo.
“Não é porque eu me tornei mãe, não é porque estou em um momento difícil que a gente não tem o direito de mostrar o nosso trabalho e estar perto do nosso filho, sabe?”, diz.
“Então, o que me traz mais orgulho: poder ser o que eu quero ser”.
Projeto Vozes da Nossa Gente
Essa matéria faz parte do projeto multiplataforma “Vozes da Nossa Gente” do portal ACidade ON Campinas. O projeto destaca o jornalismo hiperlocal e busca uma maior conexão com a comunidade.
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