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BairrosJardim Monte Cristo: conheça histórias de alguns comerciantes do território

Jardim Monte Cristo: conheça histórias de alguns comerciantes do território

Seja na farmácia ou no estúdio de tatuagem, cada comerciante coleciona uma história extraordinária no Jardim Monte Cristo, em Campinas

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“Eu tenho uma farmácia no Jardim Monte Cristo há 22 anos”, quem diz é Leandro Luís de Lima que, junto ao seu negócio, já assistiu a grandes transformações no Complexo OMG (Parque Oziel, Jardim Monte Cristo e Gleba B), em Campinas. Leandro não é morador no território, mas, no passado, por conta do convite de um amigo, ele encontrou uma oportunidade de prosperar no lugar.

“O bairro tinha uma necessidade de uma farmácia. Então, era um bairro que estava em crescimento e já tinha muita gente”, explica. Nos entornos da atual Avenida Carlos Stella Neto, em meados de 2001, alguns comércios estavam presentes, como mercados e alguns bares.

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No início, Leandro revela que algumas coisas lhe chamaram a atenção, como pontos de violência e a infraestrutura precária.

“Hoje, muita coisa mudou, a gente vê ruas asfaltadas, redes de esgoto, eletricidade, água encanada. Todas essas modernidades, eu acompanhei”,

explica.

Embora houvesse episódios negativos, o empreendedor também se recorda de inúmeros dias memoráveis. “Nossa, daria para fazer um livro”, brinca. “Teve muita coisa boa, teve festas, dias das crianças e, no dia a dia, é único. Todo dia aparece uma pessoa diferente e por aí vai”, afirma.

“Eu acho que é um bairro que as pessoas ainda têm muito preconceito. E quando a pessoa entra aqui, eu acho que esse preconceito cai por terra”. Ele também desenha um perfil dos moradores do bairro: são trabalhadores e lutam para conquistar mais dignidade no lugar.

Atualmente, Leandro tem orgulho dessa história de 22 anos.

“Eu faço parte disso tudo. Tenho orgulho de estar aqui desde o começo e de ajudar a conseguir direitos”,

diz,

UM TATUADOR NO BAIRRO

Breno Bucalon é tatuador e sente orgulho da arte que realiza no Jd. Monte Cristo, em Campinas (Foto: Reprodução/ Breno Bucalon)

Breno Bucalon, desde os 13 anos, sentia que tinha alguma afinidade com o mundo dos desenhos. “Sempre desenhei. Desde criança. E, aos 13 anos, fui à praia, em Mongaguá. Foi onde vi uma barraca de tattoo de henna e fiquei por dias olhando como faziam”, diz.

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A partir daí, Breno conseguiu a ajuda de um tutor: era um rapaz que trabalhava no local e pôde ajudá-lo a entender melhor sobre os traços e formas que fazem um desenho ser o que é.

“Desta data em diante foi uma brincadeira de adolescente que virou hobby e, sem eu perceber, virou profissão”,

diz Breno.

Atualmente, Breno é reconhecido no ramo e, em seu estúdio, na Avenida Carlos Stella Neto, conseguiu conquistar sonhos. “A tatuagem me dá liberdade. Querendo ou não, é uma arte permanente que a gente faz”, diz. “Nos últimos anos, a gente até percebeu que a tatuagem ajuda na autoestima de muita gente também”, afirma.

“Tattoo Terapia”. É assim que o artista considera o trabalho que tem realizado no bairro. E, de fato, alguns estudos têm colaborado com a impressão de Breno. Em 2021, cientistas da Universidade Texas Tech, nos Estados Unidos, analisaram que havia uma interessante razão entre o bem-estar de algumas mulheres pesquisadas com as tatuagem que levavam no corpo. “Eu faço porque eu amo e, de brinde, eu ajudo algumas pessoas”.

Embora tenha uma boa relação com a profissão que escolheu atuar, Breno revela que empreender no bairro ainda traz alguns desafios peculiares. “Eu diria que é atrair pessoas de fora. Muita gente tem receio”, diz e explica que o “receio” não condiz com a realidade atual do Monte Cristo. “Acho que o pessoal tem que tirar da mente que aqui um dia foi favela. Vejo que tem muito ‘pré-conceito’, sabe?”, afirma.

“E cara, aqui tem muito artista. Tem muito jogador. E tem muita, mas muita gente boa”.

Projeto Vozes da Nossa Gente

Essa matéria faz parte do projeto multiplataforma “Vozes da Nossa Gente” do portal ACidade ON Campinas. O projeto destaca o jornalismo hiperlocal e busca uma maior conexão com a comunidade.

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Anthony Souza
Anthony Souza
É jornalista e analista de Mídias Digitais Jr. do Grupo EP. Tem experiência com reportagens multimídia e produção de web documentário. É formado em jornalismo pela Universidade Federal do Pampa (Unipampa) e tem afinidade com produção e edição de conteúdo para as redes sociais. Está no grupo desde 2022.
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