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BairrosPraça Carlos Gomes: moradores relembram histórias e desafios no Centro de Campinas

Praça Carlos Gomes: moradores relembram histórias e desafios no Centro de Campinas

Área de lazer no Centro de Campinas já marcou com boas lembranças a memória de inúmeros campineiros, mas enfrenta alguns desafios

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O Centro de Campinas é marcado, atualmente, por histórias e desafios. Arnaldo da Silva estava sentado em um banco de madeira na Praça Carlos Gomes. Naquela tarde, ele deixava-se a observar o movimento do lugar. Na Rua Irmã Serafina, o comum movimento do tráfego intenso da área central, acompanhado pela fileira de palmeiras imperiais reinavam. No centro da área de lazer, o coreto centenário e, ao redor dele, outras pessoas que vinham e iam.

“Se você conhecesse esse lugar em 1973, você ia ver que era muito gostoso”,

comentou.

Silvão, como é conhecido entre os amigos de Campinas, tem memórias afetivas na Praça. Na década de 70, ele morava em uma casa na Rua General Osório, bem próximo à Rua Padre Vieira, no Cambuí. Atualmente, ele não reside mais no Centro, mas, mesmo assim, continua frequentando alguns espaços que nutre algum carinho do passado.

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Segundo o historiador do Museu da Cidade, Américo Villela, o lugar recebeu o nome de “Carlos Gomes” em 1880, mas, no início, não era utilizado como centro de lazer e passeio. “Em 1870, a região da Praça era um lixão. Em 1883, foi reurbanizada com as plantações das palmeiras imperiais”, diz.

BOAS RECORDAÇÕES

Silvão conserva boas memórias na Praça Carlos Gomes, mas revela alguns desafios do Centro (Foto: Tudo EP/ Anthony Teixeira)

A Praça já assistiu a concertos populares de bandas e, durante décadas, foi considerada como o lugar preferido das famílias campineiras. Dessa forma, no espaço, é possível ver uma homenagem ao advogado Ruy Barbosa e também ao médico Thomaz Alves. “Por que tem esse monumento do Ruy Barbosa? Porque, justamente, ele gostava de se sentar para admirar a revoada das andorinhas naquele lugar”, explica Américo.

Assim, Silvão explica que havia mais movimento dos moradores no lugar. “E a gente tinha os cinemas também. Tinha, por exemplo, o Alvorada”. 

Na esquina das Ruas César Bierrembach e Irmã Serafina, próximo à Praça, havia também o Cine Coliseu. Sobretudo, com a remodelação urbana, muitos desses cinemas tiveram as portas fechadas entre as décadas de 40 e 90.

DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS DAS PRAÇAS DE CAMPINAS

Embora a praça conserve ainda uma beleza histórica, Arnaldo explicou que a região do Centro de Campinas vai muito além de histórias do passado: ela enfrenta alguns desafios. Para ele, diversas regiões do Centro viraram abrigo para pessoas em situação de rua. De acordo com dados da Prefeitura Municipal, em 2021, a população de pessoas em vulnerabilidade social na metrópole foi estimada em 932.

O levantamento mostrou ainda que o público era formado, em sua grande maioria, por homens, sendo esses 81,5%. Já entre as mulheres o número representava 16,2%. Entre as pessoas transgêneros, 1,4% e outros gêneros, 0,9%.

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Para Antonio Ferreira, que faz parte do Conseg (Conselho de Segurança do Centro), sempre houve moradores em situação vulnerável na região central, mas nunca nas proporções atuais. “Eles precisam de um abrigo, um lugar para ficar e ninguém mexer. Hoje, virou uma epidemia [essa questão dos moradores]“, diz.

Atualmente, algumas instituições religiosas e ONGs (Organizações Não Governamentais) juntam esforços para amenizar essa condição. Entre essas, destaca-se a Casa Abrigo e o Centro Pop, além do programa de restaurante popular Bom Prato, que serve refeições a R$ 0,50 e está localizado na Avenida Moraes Sales, número 384.

De acordo com a Prefeitura Municipal, o “Consultório na Rua”, que é ligado ao Centro de Saúde do Centro, na Rua Padre Vieira, também atende essa população, além de fazer um acompanhamento relacionado à saúde dessas pessoas. “A Secretaria de Saúde de Campinas mantém uma série de estruturas para assistência da população no Centro, com objetivo de facilitar o acesso e considerar aspectos como comércio e pessoas em vulnerabilidade social”.

Projeto Vozes da Nossa Gente

Essa matéria faz parte do projeto multiplataforma “Vozes da Nossa Gente” do portal ACidade ON Campinas. O projeto destaca o jornalismo hiperlocal e busca uma maior conexão com a comunidade.

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Anthony Souza
Anthony Souza
É jornalista e analista de Mídias Digitais Jr. do Grupo EP. Tem experiência com reportagens multimídia e produção de web documentário. É formado em jornalismo pela Universidade Federal do Pampa (Unipampa) e tem afinidade com produção e edição de conteúdo para as redes sociais. Está no grupo desde 2022.
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