Uma família ficou presa dentro de um carro que foi levado por uma enxurrada causada pela forte pancada de chuva que atingiu Campinas na tarde deste domingo (11). O veículo foi levado pela força da água durante o alagamento da Avenida Princesa d’Oeste. Apesar do susto todos conseguiram sair assim que a água baixou, e estão bem.
No vídeo, mãe e filha registraram o momento de desespero enquanto a água da enxurrada já ultrapassava o para-brisa do veículo da família. “A água está vazando para cima do carro. Moça, pelo amor de Deus, a gente vai morrer aqui”, diz a mulher enquanto pedia socorro para o Corpo de Bombeiros (veja imagens abaixo).
No veículo levado pela enxurrada estava Miriam Resende, junto com a filha e o marido – que conduzia o carro. A família, de São José dos Campos, acabou presa na avenida durante a forte chuva e a água quase cobriu a parte da frente do carro. Em entrevista, Miriam relatou o pânico, que foi vivenciado durante cerca de 30 minutos.
“A gente é de São José dos Campos, estávamos vindo do shopping, pegamos essa avenida e fomos surpreendidos com a correnteza muito forte. Tentamos sair com o carro devagar para acessar a esquina, mas o carro não andava, estava muito forte. Foi um desespero, a água começou a pegar o para-brisa do carro e a gente tinha a impressão que a gente ia morrer sufocado”, relatou à equipe de reportagem da EPTV.
Segundo Mirian, o carro ficou entre a enxurrada que vinha da avenida e de uma esquina. A família ficou presa no veículo até a água abaixar.
“Demorou muito, foi faltando o ar dentro. Entramos em desespero, mas graças a Deus o pior não aconteceu. Nunca tinha passado por nada na vida, esse pânico. A correnteza veio muito forte, muito assustador. A gente ficou preso no carro uns 20 a 30 minutos, a gente só pensava que ia morrer afogado, achando que toda água ia entrar”, relatou.
Segundo ela, outros dois carros também levados com a enxurrada passaram ao lado do veículo, que por sorte não foi atingido.
“A gente pensou em sair, mas a água estava muito forte e a gente ia ser levado, e as pessoas não podiam fazer nada também, foi um desespero. A hora que saímos do carro a água estava um pouco abaixo do joelho”, completou.
CHUVA FORTE
As fortes pancadas de chuva que atingiram Campinas na tarde deste domingo provocaram alagamentos em vias da cidade. A chuva forte veio após calor intenso registrado na cidade neste final de semana. Imagens gravadas por moradores registraram a Avenida Princesa d’Oeste alagada, com carros ilhados no meio da via.
Segundo a Defesa Civil, até às 18h15 já havia sete ocorrências de transtornos causados pela chuva, sendo seis quedas de árvore na região Leste e Sul e um alagamento de imóvel na região Sul, no bairro Ponte Preta. As quedas de árvore foram registradas no Botafogo, Jardim São Pedro, Jardim Aliança, Jardim New York e Jardim São Carlos.
O QUE DIZ A PREFEITURA
Procurada, a Prefeitura de Campinas informou que já possui um plano para conter as enchentes nas avenidas Princesa d’Oeste (córrego Proença) e Orosimbo Maia (córrego Serafim) e da bacia do Ribeirão Anhumas.
Além de aliviar a pressão nos dois pontos históricos de inundação (Orosimbo Maia e Princesa d’Oeste), a obra inclui sete reservatórios, sendo que seis deles serão novos, e também contempla uma galeria e três reforços em travessia de água.
“Os recursos para execução do plano estão sendo buscados junto ao Governo Federal, instituições financeiras, organismos nacionais e internacionais e emendas parlamentares. O valor estimado é de R$ 600 milhões”, afirmou a Administração.
A Secretaria de Infraestrutura já concluiu o Plano de Macrodrenagem e prepara o projeto básico para a licitação e contratação do projeto executivo e respectivas obras. O objetivo é licitar, ao mesmo tempo, o projeto executivo e as obras.
“Importante ressaltar que, para evitar e/ou amenizar alagamentos, a Secretaria de Serviços Públicos faz trabalho constante de limpeza e desassoreamento de córregos, desentupimento de bocas de lobo, manutenção das galerias pluviais, e retirada de descarte irregular de lixo e entulho, entre outros, especialmente nas áreas mais propensas a alagamentos”, completou em nota.
