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CotidianoO fim da City Banda no Carnaval de Campinas após 25 anos: "colocamos o campineiro para dançar"

O fim da City Banda no Carnaval de Campinas após 25 anos: “colocamos o campineiro para dançar”

Grupo realizou o último desfile em 2020 e não retornará neste ano; fundador relata razões para fim de um dos maiores blocos de carnaval de Campinas

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City Banda reúne multidão na Praça Arautos da Paz (Foto: Carlos Bassan/PMC)
City Banda reúne multidão na Praça Arautos da Paz (Foto: Carlos Bassan/PMC)

O bloco de Carnaval City Banda se despede das ruas de Campinas após 25 anos de atividade. Com o último desfile realizado em 2020, eles não retornarão mais para as festividades na cidade, nem neste ano ou nos próximos. Segundo o advogado José de Oliveira, um dos fundadores, há diversas razões para o fim do bloco, que vai deixar saudade. “Colocamos o campineiro para dançar”, disse ele em entrevista ao acidade on Campinas.

Fundado em 1995, o bloco foi um dos mais importantes de Campinas e acumulou uma série de histórias, e problemas, até o fim desta trajetória. Para José de Oliveira, agora fica a tristeza ao dar adeus.

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“É meio doloroso falar, porque teve uma época que foi lindo. Famílias, crianças, tudo era uma alegria. Nunca houve, nos primeiros dez anos da City Banda, nenhum tipo de problema. Eu sinto muito, mas fica um lado muito positivo de tudo que é: nós colocamos o campineiro na rua para dançar porque, antes disso, não acontecia nada. Esse é o saldo positivo. Esse é o legado”, afirma.

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MUDANÇA DE LOCAL

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Desde a sua fundação, a City Banda se apresentava no Centro de Convivência, no bairro Cambuí. Isso seguiu por mais de 15 anos, até que a Prefeitura de Campinas decidiu mudar o desfile para a Praça Arautos da Paz, na região da Lagoa do Taquaral.

 

Desfile da City Banda no bairro Cambuí, em Campinas (Foto: Reprodução/Facebook City Banda)
Desfile da City Banda no bairro Cambuí, em Campinas (Foto: Reprodução/Facebook City Banda)

“O bloco acabou porque se transformou em um problema para a Administração pública e para a Segurança pública. Essa que é a grande verdade. Para nós, a mudança do Centro de Convivência para a Arautos da Paz nos surpreendeu. Nós tínhamos um público no Centro de Convivência que já era exagerado, em torno de 10 a 15 mil pessoas. Ao chegar na Arautos da Paz, no primeiro ano falaram em 35 mil pessoas e eu fiquei assustado. Eu e a diretoria da City Banda, porque nós não podíamos garantir essa segurança. Então, nós fomos pressionados pela administração pública. Se transformou em algo difícil de controlar”, relata.

Com a alteração do local, o público começou a crescer de forma descontrolada. “Nós chegamos lá e topamos essa história de 30 a 40 mil pessoas e que nunca foi projeto nosso”, diz.

O COMEÇO DO FIM

A partir da mudança, o bloco City Banda começou a se tornar sinônimo de confusão. Em 2018, uma mulher de 22 anos foi esfaqueada durante uma briga na dispersão do bloco. No ano seguinte, ao menos quatro brigas entre foliões foram registradas por câmeras de celular na City Banda. Entretanto, o desfile de 2020 foi o que acabou de vez com as atividades.

De acordo com o advogado e fundador, o desfile estava marcado para começar às 16h. Contudo, na ocasião, foi solicitado que o bloco saísse mais cedo, às 14h.

“Nós saímos às 14h da tarde sob pressão. Tinha pouca gente na hora da saída do bloco, estava todo mundo concentrado nos camarotes. A banda propriamente dita saiu contrariada às 14h com pouca gente e quando a banda chegou ao final, se transformou em um problema gigantesco, que foi a dispersão. Não tinha como controlar o final da festa”, comenta.

Além disso, os problemas durante a dispersão aumentavam cada vez mais, o que incomodava os responsáveis pela festa. “A banda desfilava, cumpria os horários certinhos. O problema era a dispersão porque tinha um número exagerado de ambulantes que vinham para vender bebidas alcoólicas. Então, as pessoas continuavam bebendo depois que de a banda tinha terminado, e aí não tinha mais nada a ver com a gente. Não era mais problema nosso”, acrescenta.

 

Desfile chegou a reunir uma multidão de 40 mil pessoas, em Campinas (Foto: Luciano Claudino/Código 19)
Desfile chegou a reunir uma multidão de 40 mil pessoas, em Campinas (Foto: Luciano Claudino/Código 19)

A DESPEDIDA

O último desfile foi realizado no dia 15 de fevereiro e o bloco homenageou o maior compositor de ópera do Brasil, o campineiro Antônio Carlos Gomes. Ao som de “O Guarani” o grupo se despediu das ruas de Campinas. Na sequência, a pandemia da covid-19 interrompeu todas as atividades e o final do grupo passou a ser apenas uma possibilidade até a confirmação deste ano.

“Tivemos o acidente trágico da pandemia e nós não precisamos publicar nada. Ficamos no silêncio. A pandemia surgiu em 2020 e 2021 não teve Carnaval e nós falamos: ‘não temos que comunicar nada’. Em 2022 também. Agora, que cobraram e nós explicamos”, comenta José de Oliveira.

Depois de anos de dedicação e amor pela alegria do Carnaval, o advogado dá adeus ao projeto com saudosismo pelos primeiros anos. “Para nós foi uma dor muito grande, uma tristeza. O que nós pretendíamos quando a banda foi criada, os dez primeiros anos foram uma maravilha. Todas as pessoas nos elogiam”, finaliza.

A redação do acidade on Campinas entrou em contato com a Prefeitura de Campinas sobre o final do tradicional bloco de Carnaval e, em nota, a Administração disse que “o bloco City Banda encerrou suas atividades por decisão dos organizadores”. 

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