Campinas registrou no último mês o maior número de mortes de motociclistas para o mês de julho desde 2015. Foram 13 óbitos de condutores de motos nas vias da cidade. Antes, o maior número havia sido registrado no ano passado, quando 10 pessoas morreram em acidentes envolvendo este tipo de veículo.
Responsável pelo trânsito, a Emdec (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas) enviou nota comentando os índices da cidade. O texto alega que o balanço considera acidentes registrados dentro e fora da malha urbana e argumenta que um levantamento próprio será divulgado em breve (leia abaixo).
Os números
Os dados são do Infosiga-SP (Sistema de Informações de Acidentes de Trânsito de São Paulo) e foram divulgados após as três mortes registradas no “rolezinho” do dia 22, evento clandestino na Rodovia Santos Dumont (SP-075) que também deixou 27 pessoas feridas e é alvo de inquérito por parte da Polícia Civil.
Do total de vítimas em motocicletas, nove morreram após acidentes em rodovias e quatro perderam a vida após ocorrências em avenidas. Além disso, 12 eram do sexo masculino e uma era do sexo feminino. Já as idades das vítimas variam de 17 a 48 anos. Compare os dados compilados desde 2015 na cidade:
2015: 1
2016: 5
2017: 4
2018: 2
2019: 3
2020: 6
2021: 9
2022: 10
2023: 13
Santos Dumont lidera
Local onde foi organizado o “rolezinho”, a Rodovia Santos Dumont foi a via com o maior número de mortes no último mês. Foram cinco registros fatais, segundo o Infosiga. Entre elas, estão as três pessoas que não resistiram após uma série de acidentes no sentido Indaiatuba na madrugada do dia 22. Confira outras vias:
Rodovia Santos Dumont (SP-075): 5
Rodovia Miguel Melhado Campos (SP-324): 2
Rodovia Governador Doutor Adhemar Pereira de Barros (Campinas-Mogi): 1
Rodovia Anhanguera: 1
Avenida John Boyd Dunlop: 1
Avenida Comendador Aladino Selmi: 1
Avenida Suaçuna: 1
Avenida Baden Powell: 1
Dados de 2023
Além de ser o mês de julho mais violento dos últimos oito anos, o último período de 31 dias também teve o maior número de registros do ano. Ao todo, são 42 mortes, 10,5% a mais do que as 38 contabilizadas em sete meses de 2022. Antes disso, maio e março possuíam os maiores números. Compare os dados:
Janeiro: 4
Fevereiro: 5
Março: 6
Abril: 3
Maio: 6
Junho: 5
Julho: 13
Nota da Emdec
“Os balanços de acidentes do Infosiga consideram acidentes da malha urbana e rodoviária. A Emdec está finalizando a consolidação dos dados de acidentes relativos ao mês de julho. Os dados preliminares apontam o registro de quatro óbitos de motociclistas na malha urbana em julho. Entre os meses de janeiro e junho, foram 11 óbitos.
Desde o final de julho, quando três pessoas morreram durante a realização de um ‘rolezinho’, a Emdec vem intensificando as operações de fiscalização “Placa Escura”, que buscam coibir o comportamento de risco dos motociclistas e, assim, prevenir acidentes e salvar vidas. Realizadas em conjunto com a Guarda Municipal, as operações buscam identificar motociclistas que obstruem a placa ao passar pelos radares e identificar outras infrações. Entre os meses de julho e agosto, foram realizadas oito operações deste tipo, que resultaram em quase 700 autuações.
Além disso, em 2023, foram realizadas 35 ações de fiscalização integradas entre Emdec, Guarda Municipal (GM) e Polícia Militar (PM), com foco nos motociclistas.
Além das frentes de fiscalização, a Emdec realiza ações contínuas de educação para o trânsito. E mantém o programa de segurança viária 3Rs (Respeite, Repense, Reduza), que conscientiza e mobiliza motociclistas para prevenir acidentes e preservar vidas no trânsito. Em 2023, foram três workshops realizados, 39 ações de rua e oito blitze educativas, atingindo mais de 5 mil motociclistas. Além disso, foram implantadas 24 áreas de espera para motos em cruzamentos com alta sinistralidade, desde 2021.
O alerta em torno dos acidentes envolvendo motociclistas norteia continuamente as ações de engenharia de tráfego, educação para mobilidade e fiscalização. Alguns avanços foram notados no eixo urbano. Comparando os anos de 2021 e 2022, o número de motociclistas mortos caiu 12,5% na malha urbana – de 40 para 35. Ainda assim, os motociclistas representaram 46% das mortes no trânsito urbano em 2022.
Por isso, em setembro, durante a Semob (Semana da Mobilidade Urbana de Campinas), os motociclistas serão o público-alvo de uma ampla campanha de segurança viária”.