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CotidianoCrise na saúde pública: após superlotação do HC, Hospital da PUC suspende cirurgias

Crise na saúde pública: após superlotação do HC, Hospital da PUC suspende cirurgias

Reunião iniciada nesta manhã (13), entre o prefeito e representantes dos hospitais da rede pública, discute formas de solucionar o problema

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A superlotação do Hospital de Clínicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) divulgada ontem (12) provocou um efeito cascata no resto da rede pública de saúde de Campinas. Diante do cenário de crise, o Hospital da PUC-Campinas suspendeu as cirurgias eletivas, que são aquelas previamente agendadas.

A unidade informou que está operando acima da sua capacidade. No Pronto-Socorro adulto (SUS) são 74 pacientes, sendo que a capacidade é para 20 pacientes, o que corresponde a 370% da ocupação dos leitos. Já no Pronto-Socorro Infantil (SUS), há 150% da ocupação dos leitos, com nove crianças em um local onde a capacidade é para seis.

O Hospital da PUC segue em contato com a regulação municipal para transferir os pacientes de média complexidade para outros serviços.

Diante desse cenário, o prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), convocou uma reunião extraordinária na manhã de hoje (13) para discutir a sobrecarga do sistema de saúde do município, com representantes do HC da Unicamp, do Hospital da PUC e da Rede Mário Gatti. O encontro teve início às 11h, mas não terminou até o momento de publicação desta matéria.

Crise na saúde pública

Veja como está a lotação nos hospitais da rede pública de saúde de Campinas:

  • Unidade de Emergência adulto do HC da Unicamp: 30 leitos e 90 pacientes internados (três vezes mais que a capacidade);
  • Hospital PUC-Campinas: no Pronto-Socorro Adulto (SUS) há 74 pacientes, sendo que a capacidade é para 20 pacientes, o que corresponde a 370% da ocupação dos leitos. Já no Pronto-Socorro Infantil (SUS), nove crianças estão internadas, sendo que a capacidade é para seis, o que corresponde a 150% da ocupação;
  • Hospitais municipais (Mário Gatti e Ouro Verde): prontos-socorros com todos os leitos ocupados.

Efeito cascata nos hospitais

Por conta da situação crítica, o HC da Unicamp suspendeu o atendimento de novos casos de pacientes adultos no Pronto-Socorro, incluindo os de resgate feitos pelo Samu (Serviço Móvel de Urgência), pelo Corpo de Bombeiros e pelo Helicóptero Águia da Polícia Militar. Também solicitou que a secretaria estadual de Saúde pare de enviar pacientes à unidade.

Novas imagens enviadas na manhã de hoje (13) para a EPTV Campinas mostram os corredores do hospital cheios, praticamente desaparecendo por conta da quantidade de pessoas. Há macas lado a lado e até pacientes deitados em cadeiras ou no chão aguardando por um atendimento. O tempo de espera relatado chega a 12 horas.

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“Todas as macas estão cheias. Tem gente dormindo em cadeira, pacientes com soro dormindo em cadeiras, velhinhos. Está superlotado, está bem caótico mesmo”, comenta a doméstica Néia Martins da Silva.


A superintendente do HC, Eliane Ataide, explica que essa superlotação é mais comum depois dos finais de semana. “Ela acontece mais de fim de semana, quando ficam casos represados e oriundos do fato da gente ser um hospital para alta e média complexidade e de repente receber pacientes que não são desse escopo. Isso faz com que a fila de espera, até no atendimento do pronto-socorro, seja muito demorada”, afirma.

Além da PUC-Campinas, essa situação se repete em outros hospitais da rede pública, que trabalham acima da capacidade de atendimento. No Ouro Verde, todos os leitos do Pronto-Socorro estão ocupados, e a espera também é longa.

A manicure Ana Paula Galdino chegou ontem (12) às 23h com falta de ar e a boca formigando, mas só foi conseguir alguma medicação às 3h. O resultado dos exames saiu depois de cerca de 12 horas de espera.

O cenário é o mesmo no Mário Gatti. A salgadeira Rita Araújo informou que hoje o atendimento está mais rápido, mas ontem a situação era dramática. “É um descaso. Tem gente que só é atendido quando ta caído no chão, quase morrendo ali, aí vem um monte de gente atender. Do contrário, tá muito feia a situação”.

E a rede particular?

Já no caso dos hospitais da rede particular, os reflexos da crise na saúde pública têm sido menos graves. No Hospital Vera Cruz e na Casa de Saúde o atendimento já teve um aumento de 40% mas, segundo a assessoria, as duas unidades trabalham dentro da capacidade operacional.

Em relação ao Centro Médico de Campinas, foi comunicado que o hospital não teve aumento na demanda.

*Com informações de Júnia Vasconcelos/EPTV Campinas

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Vitória Silva
Vitória Silva
Repórter no ACidade ON Campinas. Formada em Jornalismo pela Unesp, tem passagem pelos portais Tudo EP e DCI, experiência em gravação e edição de vídeos, produção sonora e redação de textos, com maior afinidade com temas que envolvem cultura e comportamento.
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