A Câmara Municipal de Campinas comunicou nesta segunda-feira (6) que vai reforçar a segurança no prédio após o recebimento de um e-mail com ameaças contra vereadores, incluindo a promessa de “um massacre” no Legislativo. Em nota, a presidência da assembleia ainda comunicou outras medidas que serão tomadas diante das mensagens de ódio recebidas (saiba mais abaixo).
Segundo o texto, um e-mail recebido pela ouvidoria relata ameaças de morte e declarações racistas e homofóbicas à vereadora Paolla Miguel (PT). Além disso, promete “um massacre” na Câmara caso os vereadores Major Jaime (União), Permínio Monteiro (PSB), Higor Diego (Republicanos), Cecílio Santos (PT) e a vereadora Guida Calixto (PT) não renunciem aos mandatos.
A íntegra do e-mail não foi divulgada. Porém, por meio das redes sociais, Guida Calixto (PT) descreveu que o texto se refere à Câmara como um “zoológico de pretos fedorentos”. Já Paolla Miguel (PT) relatou que a mensagem cita o termo “preta lixo”.
Medidas após ameaça de ‘massacre’
No texto, a presidência da Câmara Municipal de Campinas afirma que “repudia veementemente esses atos criminosos que incitam a violência e provocam o ódio com risco à integridade física dos parlamentares ou do patrimônio da sede do Poder Legislativo”.
Também informou que:
- Vai pedir reforço na segurança no entorno e nas atividades internas programadas para a Câmara Municipal de Campinas;
- Vai elaborar uma representação, assinada pelos parlamentares citados no e-mail, ao Deinter (Delegacia do Interior) 2, da Polícia Civil, solicitando investigação para apurar os fatos;
- Vai determinar maior rigor no acesso e no credenciamento de populares à Câmara Municipal;
- Vai ampliar a segurança durante a realização dos trabalhos da Comissão Processante contra a vereadora Paolla Miguel (PT).
Comissão Processante contra Paolla Miguel
No mês passado, a vereadora Paolla Miguel (PT) foi denunciada por destinar Emenda Impositiva à “Festa da Bicuda”, evento que fez a Prefeitura adotar classificação indicativa em todas as atividades realizadas ou apoiadas pela secretaria de Cultura na cidade. Vídeos com nudez e simulação de sexo durante a festa repercutiram nas redes sociais.
A instauração de uma CP (Comissão Processante) contra a petista foi aprovada por 24 votos a 6 no dia 17 de abril. O autor do pedido, Nelson Hossri (PSD), denunciou Paolla por infração ao Código de Ética da Câmara e à Lei Orgânica do Município. A comissão tem 90 dias, a contar a partir da aprovação, para apurar a acusação e apresentar relatório que deve ser votado em Plenário, pela cassação ou não do mandato.
A CP tem a vereadora Guida Calixto (PT) como presidente, o vereador Gustavo Petta (PC do B, como relator, e Edivaldo Cabelo (PL) como integrante.
Ameaças têm relação com a CP?
A vereadora Guida Calixto (PT) realizou uma live em seu perfil no Instagram contando sobre as ameaças. Na gravação, ela relata que as mensagens de ódio foram recebidas nesta segunda-feira (6), horas antes de uma reunião da CP, e o título do e-mail seria “Vou matar a Paolla Miguel e fazer um massacre na Câmara Municipal”.
A mensagem ainda ataca a mesa diretora da Câmara Municipal, dizendo que o Legislativo da cidade se transformou num “zoológico de pretos fedorentos”.
Paolla Miguel (PT) também se pronunciou diante das ameaças e mensagens de ódio, que, segundo ela, são carregadas de ofensas racistas, como “preta lixo”, e LGBTfóbicas.
“Uma mensagem de ódio extremista e terrorista, que anuncia um massacre armado contra minha pessoa e contra outros parlamentares negros da nossa cidade, além de ameaçar o prédio da Câmara Municipal de Campinas. O texto está carregado de ofensas racistas, LGBTfóbicas e cita ainda o termo ‘preta lixo’, mesma expressão utilizada por uma apoiadora da extrema-direita de Campinas contra mim em Plenário em 2021”, escreveu.
Ainda disse que estão realizando um boletim de ocorrência para registrar a ameaça. Na publicação, ela também afirma que não está “exatamente surpresa” com a situação.
“Iremos buscar, junto de todos os vereadores e vereadoras atacadas nesta ameaça, todos os meios possíveis para garantir a nossa segurança e a integridade da Câmara Municipal de Campinas”, concluiu.
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