O motociclista que foi atingido na perna por um tiro do policial militar Maicon de Oliveira dos Santos, na avenida independência, na noite da última segunda-feira (14), prestou depoimento nesta quinta-feira (17), na Santa Casa de Ribeirão Preto, onde está internado.
Gustavo Alexandre Scandiuzzi Filho, de 26 anos, disse que teve uma briga de trânsito com o PM, pouco tempo antes do disparo que acertou e matou Julia Ferraz, de 27 anos, acontecer. A jovem estava saindo de um bar na zona Sul de Ribeirão Preto quando foi atingida pela bala perdida.
Em entrevista a EPTV/ TV Globo, Marcos Túlio Nicolino, diz que no depoimento da vítima, o jovem confessa que teria utilizado palavras ofensivas com o policial em uma briga de trânsito.
“A vítima que conduzia a motocicleta confessa que teria dirigido alguns palavrões contra o policial. O policial então, nervoso por conta disso, teria sacado sua arma e passado a disparar na direção dos ocupantes da moto, acabando também por atingir a Julia, que estava no canteiro central da avenida”, afirmou o promotor de justiça que acompanha o caso.
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O homem que pilotava a moto disse também que passou no sinal de vermelho e foi chamado a atenção pelo soldado. Poucos metros depois, Gustavo e Arthur de Lucca dos Santos Freitas Lopes, de 18 anos, que estava na garupa, ficaram ao lado do PM que também estava em uma motocicleta. Neste momento os disparos foram realizados.
De acordo com a delegada Vanessa Matos da Costa, responsável pelo caso, foram encontradas, pelo menos, dez cápsulas de bala no local.
Arthur de Lucca levou um tiro de raspão no pé e Gustavo Alexandre, que era o piloto da moto, continua internado, mas não corre risco de morte.
O outro lado
A defesa do policial militar diz que ele foi vítima de uma tentativa de assalto e por isso reagiu com tiro.
“Ele acreditava que houve um movimento ali, logo que a moto acelera, houve um movimento pelo garupa que indicava algo sendo retirado do bolso. Então nesse momento, ele entende que podia ser uma arma de fogo, que os disparos poderiam ser efetuados na direção dele, para trás. Ele efetuou disparos, que eles evadissem e assim evitando uma injusta agressão”, disse o advogado Gustavo Henrique de Lima e Santos.
A Polícia Civil aguarda o laudo da perícia para encerrar a investigação. Maicon de Oliveira dos Santos chegou a ser preso, mas foi solto após decisão do TJ-SP. A Promotoria de Justiça não descarta pedir a prisão preventiva do indiciado novamente.
(Com informações da EPTV/ TV Globo)
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