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CotidianoColunistas Ribeirão PretoDada a pergunta “para que estudamos”, o que diriam nove entre dez vestibulandos?

Dada a pergunta “para que estudamos”, o que diriam nove entre dez vestibulandos?

Nove diriam que se estuda para “fazer prova”, para “passar de ano”, para “no futuro, se tornar profissionais de sucesso”, para “vencer na vida”

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Escritor e professor, Luiz Puntel (Imagem: acidade on)

TARDE DE INUTILIDADES

Que a educação brasileira, como toda a educação ocidental, é calcada no pragmatismo, no utilitarismo, todos sabemos. Querem um exemplo prático para desembaralharmos essa afirmação? Dada a pergunta “para que estudamos”, o que diriam nove entre dez candidatos aos próximos vestibulares? Que se estuda pelo prazer do conhecimento? Nananina, não! Diriam que se estuda para indagar os porquês da vida? Nananina, não! Diriam que se estuda pela curiosidade do “curiosare”, ou seja, da gostosa experiência do experienciar? Também nananina, nenê! Nove diriam que se estuda para “fazer prova”, para “passar de ano”, para “no futuro, se tornar profissionais de sucesso”, para “vencer na vida”.

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Agora, imaginemos um espaço onde estudantes chegam e, pensando que vão ter aula, explicações e as indefectíveis anotações no caderno, ficam surpresos com a proposta dos arte-educadores: “Diante desta obra de arte, deste quadro, o que você vê?”, “O que você sente?”, “Que sentimentos esta obra provoca em você?”

Acostumados a ler apostilas, onde tudo está pronto, mastigado, explicado, ficam surpresos, tatibitates. Mas, timidamente, começam a expressar o que sentem diante do imenso quadro pintado com cores fortes, ou diante da moto “envelopada” por um material que parece ser cera derretida, ou será gelatina? Plástico?

Instigados pelos arte-educadores, transformam-se em protagonistas do encontro e vão palpitando pontos de vista, prismas, opiniões sensoriais, desvestindo o olhar utilitarista, vestindo enxergares outros, poéticos, saindo da caixinha quadradinha do “dois mais dois são quatro”. Pode ser cinco, por que não seis, talvez dez?

Por isso, esta é uma crônica com sotaque de ora-vivas, de ós, de gracias a la vida aos coordenadores do Instituto Figueiredo Ferraz por proporcionarem aos estudantes a deslavagem do olhar utilitarista do estudo apostilado, para vestirem o olhar de enxergar e ver de Miguilim, personagem de Guimarães Rosa, simples assim!

Obrigado equipe do Instituto Figueiredo Ferraz, por proporcionarem o destapar da miopia dos olhos nossos e botarem óculos de ver nessa garotada sedenta de arte! Obrigado pela tarde tão cheia de inutilidades, mas tão repleta de questionamentos artísticos!
 

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