*Por: Marina Fávaro
Quando você pensa em animais de estimação, o que você imagina? Gatos, cachorros e, até mesmo, peixes. Porém, contrariando o senso comum, algumas pessoas decidiram criar galinhas. Isso mesmo! Galinhas. É o caso da Sandra Hubener C . Ferrão, que nasceu e cresceu na capital paulista, e decidiu criar esse tipo de ave em sua casa. A Pérola é uma delas.
Sandra explica que esse amor pelas galinhas é cultivado desde a sua infância, quando visitava o sítio dos avós no interior de São Paulo. “Meu avô morava em um sítio em Santa Maria da Serra, em uma região próxima a Brotas. Lá tinha plantação de café e galinheiro e eu costumava passar as minhas férias escolares no sítio. Eu ficava literalmente o dia todo dentro do galinheiro com as galinhas, então desde pequena eu cultivo essa paixão”, contou Sandra.
Ela decidiu cursar Biologia por conta do amor que desenvolveu pelos animais. E esse amor não para por aí! É passado de geração para geração: a sua filha, a Bruna Hubener, que tem 11 anos, também é apaixonada por essas aves. “Desde neném, ela dorme com galinhas e pintinhos dentro de casa. Outra coisa legal é que as minhas aves levam a minha filha para a escola desde quando ela tinha três anos de idade. É a alegria das coleguinhas da minha filha que pegam carona no meu carro”, disse.
Hoje Sandra comercializa galinhas pets. “Os clientes me mandam foto de tudo: da galinha andando pela casa, do primeiro ovo, do ninho, das interações. Para mim, é muito gratificante, porque, desde pequena, eu tenho esse contato com as galinhas. E eu posso afirmar: é um amor incondicional! É impressionante a troca de energia boa que esses animais nos trazem e, principalmente, a qualidade de vida que as pessoas apresentam a partir do momento em que passam a ter as galinhas como animais de estimação”, afirmou.
Outro trabalho desenvolvido pela Sandra é o de Atividade Assistida por Animais (AAA). Segundo ela, é uma estratégia que proporciona, por meio de intervenções pontuais e recreativas, o contato de animais treinados e pessoas, que podem estar em hospitais, asilos, centros de reabilitação e eventos comunitários. O objetivo dessa atividade é proporcionar momentos de alegria, descontração e afeto, através do contato com animais.
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Por meio da ONG Patas Therapeutas, Sandra costumava levar a Pérola na Central de Operações da Polícia Militar (COPOM) da capital paulista. “É um local onde os profissionais recebem chamados 24h por dia. Então, eu levava a Pérola para esse lugar para ela levar leveza, distração e um pouco de conforto psicológico em meio a esses trabalhos que causam tanta tensão. Os profissionais costumavam me dizer que aguardavam ansiosos pela chegada dos animais!”, explicou.
Se engana quem pensa que a Sandra é a única que escolheu ter galinhas como animais de estimação. Bianca Pereira, que mora na área urbana de São Carlos, adotou o Zeca. “A minha amiga trabalhava em uma chácara. Como outros galos batiam no Zeca, ela o resgatou e eu decidi adotá-lo, já que a minha amiga morava em um apartamento e não ia conseguir proporcionar um espaço legal para a qualidade de vida do Zeca”, pontuou. Bianca disse que se apaixonou pelo animal e, recentemente, adotou uma galinha, a Bebel, para fazer companhia para ele.
“Eu acho que tive um carinho imediato pelo Zeca! Também tive uma empatia muito grande pela história dele, já que ele apanhava muito dos outros galos e acabou sofrendo demais. Eu só quis dar uma vida digna para ele. E hoje ele tá lindo! Eu tenho certeza de que ele vai viver uns bons anos aqui comigo”, concluiu.
Diferentemente de Sandra e Bianca, Denilson do Nascimento Benevides nasceu e cresceu no interior do Mato Grosso do Sul. Ele sempre criou aves caipiras, mas aos nove anos de idade a mãe ganhou uma galinha e um galo da raça Sedosa que vieram do Japão. É uma ave que chama atenção pelo visual exótico, já que apresenta plumas que dão um aspecto de corpo ‘peludo’. Visual este que não passou despercebido pelos olhos do Denilson, que até então só tinha convivido com galinhas caipiras.
“Eu fiquei genuinamente apaixonado e, a partir de então, busquei saber mais sobre essa raça e outras [raças] exóticas. Acabei desenvolvendo muito amor e carinho pela raça. Hoje, eu tenho oito diferentes raças e crio as minhas galinhas como animais pets”, explicou. Atualmente, a Algodão é o xodó do Denilson que escolheu esse nome, porque “ela sempre foi muito fofinha e branquinha igual um algodão”.
*Sob supervisão de Marcelo Ferri
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