O El Niño deve impactar a produtividade nas lavouras ao longo de 2023. De acordo com a meteorologista do Agroclima, Nadiara Pereira, durante o inverno o fenômeno meteorológico pode provocar chuvas excessivas em lavouras e aumento de queimadas em algumas regiões.
No Centro-Sul do Brasil, a estação será mais úmida do que o normal. As chuvas acima da média vão abranger os três estados da região Sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná), além de algumas áreas de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Essa mudança traz divergências já que, apesar de levar mais umidade para as lavouras se desenvolverem bem, em alguns momentos o excesso acaba impactando as atividades do campo.
Por um lado, a umidade pode ser positiva para o Rio Grande do Sul, que tem sofrido nos três últimos anos com a estiagem causada pelos efeitos da La Niña. Além disso, as chuvas intensas e frequentes vão ajudar a recuperar níveis de reservatórios.
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No entanto, o processo de colheita vai acabar sendo mais lento, especialmente de culturas como cana-de-açúcar, café, milho segunda safra e citros. O excesso de umidade também pode impactar a qualidade e a colheita do trigo no final do ciclo, de acordo com o Agroclima. Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul devem sofrer em atividades como a colheita de milho segunda safra, por exemplo.
Como o El Niño tende a deixar a atmosfera mais quente, o risco para geadas fortes diminui sobre regiões de cultivos suscetíveis, como é o caso de áreas produtoras de milho segunda safra, cana-de-açúcar e café, entre o Paraná, o Sudeste e o Centro-Oeste.
Se em algumas regiões vai chover muito, em outras deve ocorrer o efeito contrário, como é o caso da faixa leste do Nordeste. Nessa região, onde chove muito durante essa época do ano, a previsão é que chova abaixo da média. “Já que se espera chuvas irregulares na entressafra da cana-de-açúcar, é possível que se reduza a produtividade desse cultivo em algumas áreas nesta região”, disse Nadiara Pereira. Essa redução também poderá impactar na produtividade de grãos em Roraima.
Por fim, a intensificação do tempo seco e das altas temperaturas pode aumentar a ocorrência de queimadas no interior do Norte e do Nordeste, no Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), e também nas áreas ao norte do Sudeste e do Centro-Oeste.
*Com informações do Globo Rural
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