2 de junho de 2024
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EP Agro

IAC desenvolve café descafeinado naturalmente

Bebida não teria de passar por processos industriais para a retirada da cafeína

 

O IAC (Instituto Agronômico) de Campinas entrou na fase final de uma pesquisa para a produção de café descafeinado naturalmente, ou seja, o próprio grão não produz a cafeína. Ele seria como os cafés descafeinados que conhecemos, mas sem a necessidade de passar por processos industrializados com essa finalidade. 

Atualmente, a pesquisa está na fase de testes regionais, quando um conjunto de plantas candidatas é testado em várias regiões produtoras de café no Brasil. Nessa fase, que deve demorar em torno de oito anos, também serão estudadas outras características, como a produção, para se ter um parâmetro da viabilidade econômica. Os pesquisadores estimam um período de dez a 12 anos para que o produto final chegue às prateleiras dos supermercados. 

Para um café ser considerado descafeinado, ele pode ter, no máximo, 0,10% de cafeína no grão. No caso do café solúvel, esse limite sobe para 0,30% de cafeína no grão.  

  

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Os estudos começaram há 20 anos, com a pesquisadora Maria Bernadete Silvarolla, do IAC, e o professor Paulo Mazzafera, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Na época, foi estudado um conjunto de plantas de café arábica, vindo da Etiópia e disponível no banco de germoplasma do IAC. O objetivo era encontrar um ou mais exemplares sem a cafeína. No total, foram encontradas três plantas com essas características, que receberam o nome de AC1, AC2 e AC3. 

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O passo seguinte foi começar a fazer o cruzamento dessas plantas com outras cultivadas no Brasil. Como resultado, foram produzidas 13 plantas sem a cafeína, que agora fazem parte dos testes regionais.   

Remoção da cafeína 

Atualmente, há dois tipos de remoção de cafeína feitos pela indústria, um via solvente orgânico e outro via água. No Brasil, cerca de 95% dos cafés descafeinados utilizam o solvente. O problema é que esse processo, além da cafeína, retira outros componentes do grão que alteram a qualidade da bebida. 

A remoção da cafeína com água não é feita no Brasil. Embora ela não retire os componentes do grão como o solvente orgânico, os custos para fazer a remoção em outros países e o consumo de água do processo são pontos negativos da técnica.
 

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Anthony Souza

editor
É jornalista e analista de Mídias Digitais Jr. do Grupo EP. Tem experiência com reportagens multimídia e produção de web documentário. É formado em jornalismo pela Universidade Federal do Pampa (Unipampa) e tem afinidade com produção e edição de conteúdo para as redes sociais. Está no grupo desde 2022.
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