31 de maio de 2024
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EP Agro

Plantações brasileiras de cana-de-açúcar contaminam menos do que se pensava

Conclusão é baseada em um estudo realizado por cientistas de instituições americanas e nacionais

A cultura de cana-de-açúcar brasileira contamina menos do que se estimava. A conclusão é baseada em um estudo realizado por instituições americanas e nacionais. Os cientistas fizeram uma análise da contaminação de recursos hídricos por escoamento proveniente desse tipo de plantio e mediram a presença de três moléculas: uma de nitrato e duas dos herbicidas diuron e hexazinone. 

Até a realização desse estudo, havia um consenso científico, principalmente nas cidades de Jaú e Sales de Oliveira, em São Paulo, onde há grande atividade agrícola, de que 10% do nitrato e 1% dos herbicidas eram perdidos após sua aplicação. Mas os novos testes mostraram que as perdas reais de nitrato são de 5%, metade do que era estimado. 

Os resultados podem impactar significativamente nas práticas agrícolas mais sustentáveis e eficientes, além de contribuir para políticas públicas e estratégias individuais de manejo de solo e uso de insumos.  

 

 

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O cientista Fábio Scarpare, da WSU (Washington State University) explica que a pesquisa utilizou um conhecido indicador ambiental, a pegada hídrica cinza, que é a quantidade de água necessária para diluir poluentes a níveis aceitáveis. Segundo ele, esse parâmetro é bastante empregado em estudos da área, pois auxilia na quantificação do potencial de contaminação por poluentes e resulta em dados mais precisos sobre o impacto ambiental. “Uma das principais comprovações do estudo foi, justamente, que a pegada hídrica cinza é menor do que se pensava”, diz Scarpare. 

Segundo o estudo, os herbicidas diuron e hexazinone apresentaram perdas médias de 0,73% e 3,07%, respectivamente. Scarpare destaca a complexidade de se medir tais perdas, salientando que o processo requer o uso de equipamentos avançados e de metodologias rigorosas. 

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Por causa dessas dificuldades, muitos profissionais e pesquisadores optam por utilizar “frações empíricas”, um tipo de estimativa padrão de perdas previamente definida no Manual da Pegada Hídrica. O pesquisador alerta, no entanto, que apesar de serem convenientes, essas estimativas podem não ser totalmente precisas, mascarando a real extensão das perdas, potencialmente subestimando o impacto ambiental desses herbicidas.
 

 

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Vitória Silva
Repórter no ACidade ON Campinas. Formada em Jornalismo pela Unesp, tem passagem pelos portais Tudo EP e DCI, experiência em gravação e edição de vídeos, produção sonora e redação de textos, com maior afinidade com temas que envolvem cultura e comportamento.
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