“Nossa maior lacuna é ter o profissional para uma contratação imediata a fim de fazer o atendimento dos estudantes Público-Alvo da Educação Especial (PAEE)”, diagnostica a professora Patrícia Cristina Miron Carneiro ao analisar o cenário da Educação Especial em São Carlos.
Como chefe de Seção de Apoio da Educação Especial (SAEE) do Departamento Pedagógico da Secretaria Municipal de Educação (SME), ela explica que, embora existam esforços extras para a contratação desses especialistas, a demanda pelo atendimento especializado na cidade é superior à oferta atual.
“Temos uma demanda que se faz expressiva em São Carlos, com a prevalência atualmente para o autismo. Para termos uma ideia: uma em cada 44 crianças nascem são autistas”, estima.
A necessidade de especialização do profissional voltado ao PAEE decorre do fato do ensino de Educação Especial ser diferente do ensino regular, não podendo ser considerado ou caracterizado como um reforço, como explica a chefe da SAEE.
“Os trabalhos são desenvolvidos focando no desenvolvimento das potencialidades dos estudantes. Para cada um deles, é elaborado um Plano Educacional Individualizado (PEI), no qual constam as estratégias que serão utilizadas no atendimento, bem como um relatório descritivo, realizado no fim de um período (semestre), para analisar a evolução individual e o que é necessário para sua melhoria e desenvolvimento”.
Nesse sentido, o professor especialista deve procurar promover áreas como raciocínio lógico, interpretação, oralidade, escrita, memória e funções executivas, proporcionando ao estudante PAEE sua autorrealização, nos aspectos intelectuais, físico, social e do trabalho, mediante seus conhecimentos, habilidades e aptidões.
Capacitação interna
A fim de preencher essa lacuna, a SME capacita seus profissionais ao longo do ano letivo por meio do Centro de Formação dos Profissionais da Educação (CeFPE), com eventos como o “XI Curso de Formação de Gestores e Educadores do Programa de Educação Inclusiva: Direito à Diversidade”, que reuniu palestrantes convidados com vasta experiência no assunto.
Além dele, duas capacitações ganharam destaque mais recentemente: uma formação “Acerca do Transtorno do Espectro Autista TEA para professores do Ensino Regular”, e outra abordando o tema “A importância dos dados e registros na EESP: Anamnese e Avaliação”, realizada durante as atividades do Horário de Trabalho de Professor Coletivo (HTPC).
“Esse processo de formação é contínuo com novas formações para o ano letivo de 2023”, destaca Patrícia.
A rede de ensino de São Carlos também atua nos moldes do CoEnsino, que é o Ensino Colaborativo. Ele acontece a partir da parceria entre o professor de ensino comum e o professor de Educação Especial, que dividem a responsabilidade do ensino e consideram as especificidades, os ritmos e os estilos de aprendizado, favorecendo o acesso e a aprendizagem de todos, inclusive dos estudantes PAEE.