8 de maio de 2024
- Publicidade -
Educa mais cast

Braille é sistema universal para alfabetização de deficientes visuais

Associada a diversas tecnologias, essa escrita formada por seis pontos é a ponte para que pessoas com impedimentos de visão tenham acesso a direitos fundamentais

Por volta dos seis anos, os brasileiros que desfrutam do direito à Educação começam a aprender, na escola, a como unir as letras para formar palavras e, com elas, ler e escrever; o mesmo acontece com o sistema numeral, as formas geométricas e tantos outros códigos que “traduzem” o mundo. 

Esse processo conhecido como alfabetização tem início até fora da sala de aula, visto que tais elementos aparecem em tudo aquilo que a gente vê. Mas, para quem não consegue enxergar, a alfabetização precisa percorrer outro caminho para acontecer: o Sistema Braille.

Divulgação: SME

 

Criado na França e difundido no Brasil a partir de 1854, esse tipo de escrita é a principal maneira que, hoje, os deficientes visuais possuem para se ler o mundo. “Ele é um sistema universal, formado por seis pontos em relevo, que, juntos, compõem o que chamamos de cela. No total, são 63 combinações diferentes de símbolos, formando letras, números, pontuação e acentuação”, explica a professora de Educação Especial da Secretaria Municipal (SME) de São Carlos, Ivone Aparecida Ribeiro de Camargo. 

Especialista em deficiência visual, ela faz questão de fazer uma ressalva quanto às metodologias disponíveis. “Foram criados também sistemas para pessoas com baixa visão, como caderno ampliado e canetas especiais. Porém, para cegueira, apenas o Braille e a informática”. 

Escrever e ler sem lápis e papel 

- Publicidade -
Divulgação: SME

  

Nesses quase dois séculos desde a invenção do Braille, várias ferramentas foram criadas para possibilitar a aprendizagem desse sistema, tendo como expoente mais clássico a “reglete”. Basicamente, uma tábua, composta por 96 celas, já separadas de acordo com o tamanho e o espaço de cada letra. Ela foi um dos primeiros instrumentos criados para a escrita Braille, adaptada pelo próprio criador do sistema, Louis Braille. Atualmente, a reglete existe em diferentes modelos, desde versões “de bolso” até “de mesa”. 

Seu uso entrou em declínio com o advento da máquina de escrever em Braille e opções mais tecnológicas, que facilitam a aprendizagem do aluno. Segundo Ivone, o tempo de alfabetização de um deficiente visual varia, normalmente, de dois a seis meses. “Depende, inclusive, se a pessoa nasceu com cegueira ou não, por conta do tato desenvolvido. Existem muitas tecnologias à disposição, como o software Dosvos, o NonVisual Desktop Access (NVDA), o Virtual Vision, o Jaws, e os scanners em áudio e alto-relevo. Mas não há dificuldade para os alunos na aprendizagem, a não ser em caso de outra deficiência associada”, aponta a especialista.

- Publicidade -

- Publicidade -
plugins premium WordPress