Saber quais são os hormônios do parto e como eles funcionam pode ajudar você a saber o que fazer no momento mais importante da sua vida
O trabalho de parto é uma verdadeira engrenagem. Uma coisa leva à outra e tudo vai se encaixando – até aquele instante mágico em que você pega o bebê nos braços, depois de nove meses na barriga. Tudo começa com uma substância liberada pelo pulmão do bebê. É ela que começa a fazer a “roda girar”. É uma lipoproteína chamada surfactante pulmonar. Ela cai na corrente sanguínea e avisa que seu filho está pronto. Isso ativa todos os outros hormônios, cada um no seu momento, para gerar as contrações, fazer a bolsa estourar, estimular a expulsão do bebê e até o seu vínculo com ele.
Quando a mulher e os profissionais de saúde que a atendem conhecem os hormônios, sabem como eles agem e em que momentos são liberados, fica mais fácil conseguir um parto que flua bem, sem necessidade de intervenções e, portanto, mais saudável para a mãe e para o bebê.
Listamos aqui os principais hormônios do parto e suas funções. Conheça:
Ocitocina
É um dos hormônios do parto mais importantes, conhecido também como hormônio do amor. Já no final da gravidez, o corpo cria mais receptores para esse hormônio, pois sabe que ele será muito necessário. A ocitocina é liberada, não apenas na gravidez, mas em qualquer situação que gere prazer, como um abraço em alguém que você gosta, um encontro com amigos queridos, quando você se apaixona, na relação sexual… É também o hormônio que propicia o vínculo entre a mãe e o bebê.
A ocitocina começa em uma taxa baixa e depois vai subindo, conforme o trabalho de parto começa e evolui. Ela continua presente, em níveis mais elevados que o comum, também após o nascimento, porque favorece a expulsão da placenta e a amamentação.
Para favorecer a liberação da ocitocina, a mãe precisa estar em um ambiente calmo, privado… Pense que é o hormônio do prazer sexual. Para entrar no clima, você precisa estar confiante, envolvida, em um ambiente seguro, certo? Pois é a mesma situação. Por isso, é tão importante para a evolução do trabalho de parto, que a mulher esteja também cercada apenas por pessoas de confiança, com a presença do parceiro (a) ou de pessoas em quem ela confia, para quem pode se entregar.
É a ocitocina que gera as contrações uterinas, os (dolorosos) movimentos que ajudam na expulsão do bebê. Ela é liberada em pulsos pelo cérebro e, por isso, as contrações acontecem em ondas. A ocitocina também deixa o bebê em um estado mais adormecido, diminuindo o desconforto dele durante o trabalho de parto.
Melatonina
Os receptores de melatonina, de que falamos no item acima, são produzidos a partir da melatonina, o hormônio do sono. Por isso, para ajudar nessa produção, é importante que, sobretudo, no final da gestação, a mãe descanse e relaxe. Procure ambientes com menos luz artificial, diminua o uso de telas, sempre que possível, use a luz de velas ou de abajures.
Relaxina
A relaxina também é liberada durante a gravidez e é considerada um dos hormônios do parto. Proporciona relaxamento e maior abertura da pelve, para facilitar a passagem do bebê.
Progesterona
Durante toda a gravidez, a taxa de progesterona, aumenta. Esse hormônio evita as contrações ao longo da gestação, evitando a expulsão do feto antes da hora. No final, o nível vai caindo.
Estrogênio
Conforme o nível de progesterona cai, o nível de estrogênio aumenta. Surge o instinto de preparar o ninho para a chegada do bebê. Sabe aquela vontade de fazer faxina, arrumar o quartinho, lavar as roupinhas, preparar a mala da maternidade e deixar tudo pronto? Então! É responsável pela dilatação, ou seja, pela abertura do cérvix para saída do bebê.
Endorfina
A endorfina também faz parte do grupo de hormônios do parto. Ela aumenta junto com a ocitocina. Leva à euforia e à expansão de consciência. É esse hormônio que ajuda a mulher a suportar a dor das contrações. Faz a mulher sentir mais prazer do que dor. É ele que nos faz pensar em ter outro parto, mesmo diante da sensação difícil das contrações. É um anestésico natural.
Adrenalina
É o hormônio do estresse. Oi? Como assim? Calma, o estresse e a agitação também são importantes no processo. No início, deve ser controlada, por meio do estímulo aos outros hormônios, como a ocitocina, de que falamos acima. A adrenalina causa dor e tensão e, em excesso, pode atrapalhar a fluidez do trabalho de parto. No entanto, tem sua função na fase expulsiva, já que causa o reflexo de ejetar o bebê. É uma descarga importante de energia.
Prolactina
Aparece depois do trabalho de parto e, além de estimular a produção de leite, deixa a mãe mais vigilante em relação ao bebê. É esse hormônio que faz com que a mulher tenha o instinto de proteger e cuidar do recém-nascido.
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