9 de maio de 2024
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O que te assombra

Igreja Católica guarda evidências de contatos com mortos

Museu das Almas do Purgatório, em Roma, trata o assunto sem tabu e com a chancela do Vaticano; veja imagens do local

Marca queimada de mão da irmã Clare Schoelers no avental da irmã Maria Herendorps (Foto: Thiago de Souza)

*Por Thiago de Souza

Saber se há vida após a morte é, talvez, a questão existencial mais definidora de nossas atitudes “em vida”. Afinal de contas, se há vida além da vida – seja qual for essa condição, certamente haverá algum tipo de cobrança por nossos comportamentos por aqui.

Estou fazendo este preâmbulo porque visitei um dos lugares mais incríveis que tratam esse assunto, sem tabu e com a chancela do Vaticano: O Museu das Almas do Purgatório.

A história desse lugar, situado no interior da Igreja do sagrado Coração em Sufrágio (a única igreja gótica ativa em Roma) começou com uma experiência sobrenatural vivida pelo Padre Victori Jouet.

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Durante um incêndio que destruiu o templo que ficava onde hoje é a Igreja do Sagrado Coração em Sufrágio, o Padre Jouet percebeu uma figura com formas humanas por entre as chamas. Parecia um homem, com olhar em agonia.

O Padre não havia entendido bem o ocorrido, até que, após serem apagadas as chamas, reparou que ao lado do altar estava impressa exatamente a mesma imagem que havia enxergado no fogo.

Depois de conversar com outros sacerdotes, sempre exibindo a imagem do espírito na lateral do altar, o Padre decidiu pedir a autorização do Papa Pio X para organizar um acervo com evidências de contatos de almas do purgatório com seres humanos vivos.

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Purgatório

Aqui um parêntese. Uma explicação muito superficial sobre o purgatório…

No catolicismo, há a crença de um estágio pós-morte onde ficam as almas que têm a expectativa de salvação, mas ainda não estão prontas para o repouso celestial.

É um tipo de estágio probatório para o paraíso, para depurarmos nossos últimos pecados antes de ascendermos, finalmente, ao reino de Deus.

Claro, quem “passou de ano direto” vai direto para o céu e quem “repetiu de ano” vai direto para o inferno. O Purgatório é a recuperação de verão das almas. Já peço perdão pela infame comparação, mas fica mais fácil de entender.

Voltando ao museu…

O acervo guarda 14 evidências materiais de contatos entre vivos e almas desencarnadas. A maior parte delas aparenta toques de mãos em chamas, portanto, lembrando pirografias, mas, obviamente, sem pirógrafo. As mais impressionantes são:

Espírito no altar

Marca impressa do espírito no antigo altar para Nossa Senhora do Rosário (Foto: Thiago de Souza)

A primeira evidência, que inspirou a criação do acervo pelo Padre Jouet, a marca impressa do espírito no antigo altar para Nossa Senhora do Rosário, na antiga Igreja destruída no incêndio de 15 de novembro de 1897, em Roma.

Dedos de Palmira Rastelli

Livro de devoções de sua amiga Maria Zaganti com as marcas dos dedos de Palmira Rastelli (Foto: Thiago de Souza)

As marcas dos dedos da finada Palmira Rastelli, irmã do Padre Sante Rastelli, deixadas no livro de devoções de sua amiga Maria Zaganti. Na aparição, datada de 05 de março de 1871, a alma da mulher pedia à amiga que solicitasse a seu irmão a realização de uma missa em sua homenagem.

Mão no avental

A mão em chamas seria da irmã Clare Schoelers (Foto: Thiago de Souza)

A marca queimada de mão no avental da irmã Maria Herendorps, monja leiga no mosteiro beneditino de Winnemberg/Alemanhã. A mão em chamas seria da irmã Clare Schoelers, religiosa morta na peste de 1637. A experiência sobrenatural ocorreu em 13 de outubro de 1696.

Marcas do Padre Panzini

Religioso marcou uma folha de papel, uma tábua e a manga da túnica da Venerável Madre Isabella Fornari (Foto: Thiago de Souza)

Minha preferida – as marcas deixadas pelo Padre Panzini – Abade Olivetano de Mântua, em 01 de novembro de 1731. O religioso, depois de se exibir visualmente, marcou uma folha de papel, uma tábua e a manga da túnica da Venerável Madre Isabella Fornari – Abadessa das Clarissa do Mosteiro de São Francisco em Todi – Itália.

A testemunha do ocorrido, a Madre Isabella, não havia contado para ninguém sua experiência, mas, ao se confessar com o Padre Isidoro Gazala do Santíssimo Crucifixo, recebeu o comando de entregar à Igreja os itens impressos pelo alma do Padre Panzini.

E você, já teve uma experiência desse tipo?

Conta pra gente!

Quem é Thiago de Souza?

Thiago de Souza é compositor, roteirista e humorista, fundador do grupo “Os Marcheiros” e idealizador do projeto “O que te Assombra?”. Ele também é o criador do programa de políticas públicas para preservação de patrimônio material e imaterial chamado “saudade e suas vozes” já implementado nas Cidades de Campinas e Piracicaba.

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