*Por Thiago de Souza
Sexta feira, 01 de fevereiro de 1974, 8h45 da manhã.
Um curto circuito em um ar condicionado, no 12º andar do edifício inaugurado em 1971, marcou a história da cidade de São Paulo. Começava o incêndio do Joelma, uma das maiores tragédias paulistanas.
A capital paulista já havia assistido, havia pouco menos de dois anos, ao terrível incêndio do edifício Andraus, que tirou a vida de 16 pessoas e feriu mais trezentas, no dia 24 fevereiro de 1972.
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Até em razão dessa tragédia, a capacidade em responder a incêndios sempre esteve na pauta dos administradores do Joelma, que ao serem indagados, diziam ter um mecanismo de enfrentamento ao fogo eficaz e inovador.
Além de inúmeros agentes inflamáveis no edifício, tais como carpetes, divisórias, arquivos para papel, o espaço começava a ser ocupado por seres humanos a partir do sexto andar, já que até ali, os andares eram garagens.
O Joelma estava quase totalmente alugado pelo Banco Crefisul e estava em pleno expediente no instante do incêndio, que se alastrou rapidamente.
Poucos minutos após a propagação das chamas, os bombeiros já se agrupavam diante do prédio, mas, diferente da retórica dos administradores do Edifício, o inovador protocolo de enfrentamento de incêndios simplesmente não existia.
As escadas, hoje, sabidamente a melhor via para escape em situações como essa, estavam em chamas.
A cobertura do Edifício, cortado por cabos de aço, impossibilitava a aproximação segura de helicópteros, veículo que foi o diferencial no salvamento das vítimas do incêndio do Andraus.
Com o passar dos minutos, o que se viu foi uma catarse trágica, que se desdobrou em cenas dantescas de pessoas se jogando dos andares mais altos, fugindo das chamas.
O Incêndio do Joelma deixou – oficialmente – 187 mortos, ao menos 300 feridos, heróis e heroínas, histórias sobrenaturais, milagres, muitas reflexões e uma ferida ainda aberta no coração de São Paulo.
Já contamos um pouco sobre as histórias sobrenaturais do Joelma aqui. Também falamos sobre os fantasmas que habitam o edifício (clique aqui) e trouxemos a lenda das 13 almas do Joelma (leia aqui)
Mas, hoje, é dia de homenagearmos a memória de quem se foi nessa tragédia, dos bombeiros, agentes de segurança, profissionais da saúde e, claro, das pessoas anônimas que se arriscaram nos salvamentos.
Quem é Thiago de Souza?
Thiago de Souza é compositor, roteirista e humorista, fundador do grupo “Os Marcheiros” e idealizador do projeto “O que te Assombra?”. Ele também é o criador do programa de políticas públicas para preservação de patrimônio material e imaterial chamado “saudade e suas vozes” já implementado nas Cidades de Campinas e Piracicaba.
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