Dérbi da Paz? Guarani e Ponte Preta, ao lado da Federação Paulista de Futebol (FPF) e Secretaria Municipal de Esportes, batizaram o clássico, pelo segundo turno do Campeonato Brasileiro da Série B de 2009, como “Dérbi da Paz”, numa tentativa de evitar que se repetissem as cenas de barbáries que ocorreram no jogo anterior das duas equipes.
Fora de campo, a iniciativa até que deu resultado, uma vez que poucos foram os relatos de confusão. Quando a bola rolou no Brinco de Ouro da Princesa, no entanto, o jogo esquentou, naquele 26 de setembro, e terminou com três expulsões: Deda, pela Ponte Preta, e Léo Mineiro e Caíque, pelo lado do Guarani. Foram ainda mais sete amarelos. Mais de 17 mil torcedores estavam presentes.
O jogo foi quente e começou com gol de Ricardo Xavier logo aos três minutos. Em entrevista ao Portal Tudo EP, o atacante contou que foi carregado pelos torcedores assim que deixou o estádio. Ele só teve tempo de passar o filho para sua esposa, antes de ser colocado nos ombros de membros da torcida organizada bugrina.
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“Disputar um dérbi é como se fosse uma final de campeonato. A expectativa é diferente, seja você funcionário, torcedor ou jogador. Não é um jogo normal. O astral e a ansiedade dentro do clube são diferentes. É uma sensação única participar, vencer e ser decisivo em um dérbi. Lembro-me bem desse jogo. Saí do vestiário com meu filho a caminho do estacionamento. Só deu tempo da minha esposa pegar ele. Fui carregado nos ombros por alguns torcedores, que me entregaram boné e camisa da organizada. Eles estavam eufóricos. Foram momentos inesquecíveis e inexplicáveis”, relatou Ricardo Xavier.
Apesar de sair atrás no placar, a Ponte Preta não se intimidou e empatou com um belo chute de Evando, aos 16 minutos. No entanto, perdeu Deda, expulso aos 43.
A situação só melhorou no segundo tempo, quando Léo Mineiro também recebeu o vermelho. Com dez de cada lado, o duelo ficou mais aberto, melhor para o Guarani, que fez o gol da vitória, aos 19, com o zagueiro Bruno Aguiar, de cabeça.
“Foi um dia inesquecível, muito pela comemoração que fiz na hora do gol em homenagem ao nascimento de minha primeira filha. Foi uma jogada ensaiada, treinada por nosso querido Vadão. Conto sempre para o meu filho sobre a experiência do dérbi. Esse gol da vitória vai estar sempre marcado em minha história e nos ajudou muito a conquistar o acesso”, disse Bruno Aguiar, que viveu o clássico campineiro desde a infância.
“Eu vivo o dérbi desde os 15 anos, nas categorias de base. Já sabia muito bem da emoção de jogar um clássico. Campinas parando para receber o jogo, preparação diferente. Viver dentro de campo foi especial. Tive a felicidade de jogar dos dois lados e vencer. Foi algo especial, maravilhoso em minha carreira”, finalizou o defensor.
Ao derrotar a Ponte Preta, o Guarani quebrou um tabu de 16 anos sem vencer o rival duas vezes consecutivas numa mesma competição. Além de bater o rival, o Bugre conquistou o acesso, ao ficar na segunda posição da Série B, atrás apenas do Vasco. A Ponte ficou apenas na 11ª posição.
Confira as escalações do “Dérbi da Paz”:
GUARANI: Douglas; Maranhão, Bruno Aguiar, Dão e Eduardo; Cléber Goiano, Nunes (Caíque), Léo Mineiro e Walter Minhoca (Mário Lúcio); Fabinho e Ricardo Xavier (Fabinho Romão). Técnico: Oswaldo Alvarez.
PONTE PRETA: Giovanni; Edílson, Jean, Dezinho e Vicente; Deda, Pirão e Nenê (Jean Carioca); Evando (Tinga), Márcio Mexerica (Finazzi) e Danilo Neco. Técnico: Márcio Bittencourt.
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