12 de dezembro de 2024
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Dérbi Campineiro

Lenda do meião preto, gravata e mais: uniformes de Guarani e Ponte Preta

Guarani e Ponte Preta, assim como praticamente todos os outros clubes, têm como característica um uniforme com as cores que os representam

 
O uniforme de um time de futebol é uma de suas identidades. Guarani e Ponte Preta, assim como praticamente todos os outros clubes, têm como característica um uniforme com as cores que os representam. Mas com o passar dos anos, as camisas, shorts e meiões passaram por transformações.
 
O primeiro uniforme do Guarani era composto de camisas brancas, de mangas longas e com punhos e golas. O shorts era branco com detalhes em verde nas laterais. E, pasmem, os clubes usavam gravatas! A do time bugrino era inteira verde. O conjunto foi fabricado em 1911, após uma sugestão do associado Gonçalo Alves. 

Já o primeiro uniforme da Ponte Preta foi doado por José Giacomelli, um incentivador. Na ocasião, ele comprou 11 camisas idênticas, esquecendo que a do goleiro precisava ser diferente. A camisa era inteira preta, assim como o shorts. O meião e a gravata eram na cor branca. No entanto, não demorou para o clube usar o calção branco e as meias pretas, mantendo a cor da gravata.  
 
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GUARANI E SUAS TRANSFORMAÇÕES
 
Na edição atual da Série B do Campeonato Brasileiro, o Guarani tem atuado com dois uniformes. O principal tem a blusa inteira verde, com finas listras horizontais em uma tonalidade mais escura de verde, há ainda detalhes em branco na gola e na manga. O shorts é inteiro branco, com um leve toque de verde. As meias são inteiras verdes. 

A primeira vez que o Guarani usou a camisa de cor verde foi em 1916 no Campeonato Campineiro. O branco era o tom que representava o time até então. Durante os anos, o time bugrino mudou várias vezes de uniforme. Um pouco antes, em 1914, as camisas eram com listras verticais mescladas com branco e verde. 

O uniforme foi replicado 100 anos depois em homenagem ao Dérbi Campineiro de 1914, quando o Guarani havia vencido por 2 a 0. Nos termos de hoje, o modelo foi chamado de retrô. 

O Guarani já usou também listras verticais com dois tons de verde. Tem como uniforme de número 2 a camisa inteira branca, mas um fato curioso chama atenção. O time bugrino já usou o meião preto, cor da sua arquirrival, a Ponte Preta, ao menos é o que diz a lenda. 

Em contato com o historiador José Ricardo Mariolani, chegamos ao dia 20 de dezembro de 1959. Segundo a lenda, um pai-de-santo orientou o time a usar preto no jogo contra o Santos, pelo Paulistão, pois a equipe lutava contra o rebaixamento. Depois de muita pressão, a diretoria teria cedido ao pedido do técnico João Avelino. Verdade, ou não, o Guarani venceu o jogo por 3 a 2 e se livrou do descenso. 

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No dia seguinte ao jogo, o técnico João Avelino chegou a ser demitido. Há boatos de que a decisão foi tomada por ter obrigado o time a usar as famosas meias pretas. No entanto, o que se fala é que o treinador teria entrado em conflito com a diretoria por causa do “bicho” enviado pelo Palmeiras, que deu uma ajuda financeira (mala branca) para o Guarani vencer o Santos, já que disputava o título com o time de Pelé. Há fotos do jogo em questão, mas com a baixa qualidade da imagem, da época, fica impossível confirmar a veracidade do fato. 

PONTE PRETA E SUA TRADICIONAL FAIXA
 
Da cor preta, a Ponte Preta passou a usar branco e sua camisa ficou marcada por uma faixa, que corria da direita para esquerda. Esse modelo foi adotado em 1944, quando o time se tornou profissional. O modelo durou até 1958, ano em que a faixa foi invertida e assim permanece nos modelos atuais do uniforme. 

Hoje, a Ponte Preta usa a faixa da esquerda para a direita. O uniforme principal é inteiro branco – camisa, shorts e meião -, com a faixa em preto. O uniforme de número 2 é o inverso, todo preto, com a faixa em branco. O clube chegou a tirar a faixa e colocar o hino, em cinza, no lugar, mas logo voltou para o modelo tradicional. 

Segundo o historiador e professor Neto, o uniforme da Ponte Preta passou por muitas mudanças ao longo dos anos e dependia muito do presidente, da época, ou de quem colocava o dinheiro. A camisa já foi inteira preta, já foi metade em preto e metade em branco, além de uma que lembra muito o uniforme do Boca Juniors, mas, ao invés de ser azul e amarelo, seguiu nas cores preto e branco. 

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Curiosamente, a Ponte Preta já ousou jogar de azul e de amarelo, nos anos de 2016 e 2017. A tentativa era inovar e trazer algo especial, mas acabou não caindo nas graças dos torcedores e gerou muitos protestos. 
 
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Luciana Félix
Supervisora de conteúdo digital do acidade on e do Tudo EP. Entrou no Grupo EP em 2017 como repórter do acidade on Campinas, onde também foi editora da praça. Antes atuou como repórter e editora do jornal Correio Popular e do site do Grupo RAC. Também atuou como repórter da Revista Veja, em São Paulo.
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