Você fala sobre um determinado produto e logo aparece sugestões dele na tela do smartphone. Quantas vezes você já teve a impressão de que seu celular estava captando suas conversas?
Afinal, é verdade que os smartphones gravam tudo o que os usuários dizem?
Embora os celulares e assistentes virtuais estejam equipados com microfones capazes de captar sons ao redor, a noção de que eles gravam e processam constantemente tudo o que se diz é um mito, de acordo com as declarações das gigantes da tecnologia.
Segundo as big techs, os dispositivos eletrônicos ativam o microfone apenas quando reconhecem palavras-chave, como “Ei, Siri” ou “Ok, Google”. Fora desses comandos específicos, não há gravação constante das conversas enviadas às empresas.
Uma reportagem no jornal The Guardian revela que a Amazon admite que seus dispositivos escutam os usuários o tempo todo, mas não transmitem tudo o que ouvem. A ativação da gravação ocorre somente ao mencionar a palavra-chave “Alexa”, e os dados são enviados à nuvem para análise posterior por funcionários da empresa. A premissa é simples: mais dados significam melhorias na inteligência artificial de reconhecimento de voz.
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O Google compartilha uma postura semelhante, sustentada pela sua ferramenta de IA de chat, Bard, que nega a espionagem contínua dos usuários.
A Apple, conhecida por suas rígidas políticas de privacidade, guarda as gravações por seis meses, associando-as a um código identificador em vez do nome do usuário. Após esse período, uma segunda cópia é armazenada, sem o uso do identificador, durante dois anos, para aprimorar o desempenho da Siri.
Mas será que existem vulnerabilidades?
A consistência dessa afirmação é posta em xeque quando, em outubro de 2017, um escritor chamado Artem Russakovskii recebeu um Google Home Mini com defeito e registrava sua voz continuamente, levando o Google a identificar o mesmo problema em algumas unidades e resolvê-lo por meio de uma atualização de software.
Outra notícia envolve a Amazon, que concordou em pagar uma multa de US$ 25 milhões devido a supostas violações da privacidade infantil pela assistente virtual Alexa, conforme anunciado pelo Departamento de Justiça (DOJ) e a Comissão Federal de Comércio (FTC) dos Estados Unidos.
Para agravar esse cenário, as ameaças cibernéticas constantes por parte de hackers que conseguem invadir câmeras Wi-Fi, Smart TVs, caixas de som inteligentes, drones e até babás eletrônicas ampliam as preocupações com a segurança dos dispositivos eletrônicos.
Como impedir que o celular escute ou grave conversas
Para garantir a privacidade e impedir que seu celular escute ou grave conversas sem autorização, siga estas etapas:
1. Desative permissões de microfone para aplicativos não essenciais nas configurações do smartphone.
2. Desative assistentes de voz não utilizados.
3. Utilize capas de celular que cobrem o microfone quando não está em uso.
4. Mantenha o sistema operacional atualizado para resolver problemas de privacidade.
5. Leia a política de privacidade do fabricante do dispositivo.
Como impedir o acesso ao microfone do seu celular?
Siga estas orientações:
Android:
1. Abra as “Configurações” do seu celular.
2. Acesse “Apps e notificações”.
3. Toque em “Permissões do aplicativo”.
4. Selecione o aplicativo que deseja gerenciar.
5. Desabilite a permissão de microfone.
iOS (iPhone):
1. Vá para “Ajustes” no seu dispositivo.
2. Acesse “Privacidade”.
3. Toque em “Microfone”.
4. Desabilite o acesso para aplicativos que não devem usar o microfone.
Lembre-se de que ao bloquear o acesso ao microfone, alguns aplicativos podem perder funcionalidades ou não operar corretamente. Portanto, avalie com cuidado quais aplicativos devem ou não ter permissão para acessar o microfone.
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