17 de maio de 2024
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Brasileiros preferem desprezar data do golpe de 1964

Pesquisa Datafolha revelou que 63% dos entrevistados disseram que o aniversário do golpe que instaurou a Ditadura Militar deve ser desprezado

Tanques militares em Brasília, durante o golpe de 1964 (Foto: Arquivo público)

Neste domingo, 31 de março, o golpe de Estado que instaurou a Ditadura Militar no Brasil completa 60 anos e os brasileiros querem que a data seja desprezada. É o que apontou uma pesquisa realizada pelo Datafolha, que mostrou que 63% dos entrevistados querem desprezar o aniversário do golpe.

O índice representa um aumento em relação ao registrado em 2019, no início do governo Jair Bolsonaro, quando 57% queriam que a data fosse desprezada.

Segundo o instituto, 28% acham que a data deve ser comemorada, ante 36% há cinco anos. Não souberam responder 9% – eram 7% no primeiro levantamento. A pesquisa foi publicada pelo jornal Folha de S.Paulo. O Datafolha entrevistou 2.002 pessoas com 16 anos ou mais em 147 cidades brasileiras entre os dias 19 e 20 de março. A margem de erro é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos.

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Sem atos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinou que o governo não realize atos em memória do golpe neste ano, como planejava fazer o ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos. A postura do presidente desagradou aliados.

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, atribuiu à ordem o baixo comparecimento às manifestações realizadas pela esquerda no dia 23 de março. Os atos tiveram como pauta a defesa da democracia e pela punição daqueles que atentaram contra o Estado Democrático de Direito.

“Estou mais preocupado com o golpe de janeiro de 2023 do que de 64, quando eu tinha 17 anos de idade”, disse Lula no final de fevereiro. “Isso já faz parte da história, já causou o sofrimento de causou, o povo conquistou o direito de democratizar esse País, os generais que estão hoje no poder eram crianças naquele tempo”, continuou o presidente, concluindo: “Eu sinceramente não vou ficar me remoendo e vou tentar tocar esse País pra frente”.

Além do 8 de Janeiro, a declaração ocorre no contexto em que Bolsonaro é investigado pela Polícia Federal por supostamente ter participado da tentativa de golpe após ser derrotado pelo petista na eleição de 2022.

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Petistas e bolsonaristas

De acordo com a pesquisa, 58% dos que se consideram bolsonaristas, porcentual menor do que a média geral, afirmam que o 31 de março deve ser desprezado, enquanto 33% defendem a celebração da data.

O Datafolha aponta que o desprezo à data do golpe é maior entre quem se declara petista, quando o porcentual sobe para 68%. A celebração do 31 de março cai para 26% neste grupo. Entre os que se dizem neutros, 60% querem o desprezo ao dia e 26% acham que deveria haver celebração.

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