Maria da Fé já é conhecida pelo pioneirismo no cultivo de oliveiras para azeite. Desde que as primeiras mudas chegaram ao município, durante a década de 1930, depois de atravessar os Atlântico nos porões dos navios, o clima frio da Mantiqueira favoreceu a produção local, que pode chegar a 1 milhão de quilos de azeitonas ao ano.
Segundo dados de 2018 da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), são mais de 1 milhão de árvores de oliva plantadas em 2 mil hectares. Desse cultivo, estima-se que 80 mil litros de azeite são produzidos anualmente por cerca de 60 produtores locais.
Uma dessas produtoras é a Rosana Chiavassa que, em uma estratégia curiosa, resolveu colocar caixas de som tocando música clássica aos pés das oliveiras que não produziam tanto.
O que era uma tentativa de resolver o problema, acabou por se tornar uma prática recorrente depois que a experiência rendeu a Rosana duas safras em um ano e prêmios internacionais pela qualidade do azeite. “É muito legal ver os resultados e trazê-los para a cidade de Maria da Fé, onde tudo começou. É uma alegria imensa”, comenta.
Segundo Luiz Fernando de Oliveira, pesquisador da Epamig, a evolução das pesquisas ocorridas desde a extração pioneira no Brasil realizada pela Epamig em 2008 em Maria da Fé, ressalta os aspectos sensoriais dos azeites da Mantiqueira.
“Esses resultados obtidos em concursos internacionais e de grande notoriedade nos motivam e demonstram que apesar de termos pela frente muito trabalho, estamos no caminho certo e com condições de se produzir excelentes extravirgens “, diz.