No Hospital São Sebastião, em Três Corações, apenas urgências e emergências estão sendo atendidas no pronto-socorro. Os médicos paralisaram os atendimentos por falta de pagamento. Segundo relatos, há 60 dias eles não recebem.
As consultas com especialistas, tais como anestesistas, ortopedistas, cardiologistas, nefrologistas, pediatras e cirurgiões gerais não estão sendo realizadas. Apenas pacientes que dão entrada com casos de urgência e emergência são atendidos.
De acordo com a direção da Fundação mantenedora da instituição hospitalar, uma auditoria foi realizada e constatou-se um déficit de R$400 mil por mês no hospital. Para eles, o valor repassado pelo município de Três Corações não está sendo suficiente para quitar as dívidas mensais.
Atualmente, a Prefeitura repassa mensalmente pouco mais de R$988 mil para o hospital, porém, a direção afirma que seria necessário um valor estimado de R$1,3 milhão para regularizar as contas.
O advogado do hospital, Wanderley Toledo, explicou que, desde dezembro de 2021 o grupo vem tentando renegociar o contrato, mas a negociação tem sido difícil já que a prefeitura não quer pagar o custo efetivo da operação. “A vida toda pagou um determinado valor, que era de R$770 mil, mas ninguém mediu o custo disso pra saber se era eficiente ou não. Quando eu cheguei aqui, em setembro do ano passado, no primeiro mês nós fechamos no vermelho mais de R$400 mil e isso me chamou atenção. Eu fui ver o custo efetivo do contrato e me surpreendi porque o custo efetivo era de mais de R$1 milhão na época. Quando chegou em dezembro e fomos renegociar o contrato, nós não conseguimos. A prefeitura quer pagar R$998 mil, enquanto o custo da operação é de R$1.382.000,00. Não posso reduzir o objeto desse contrato. Reduzir o objeto significa retirar médico, clínica. A população não pode sofrer com isso”, destaca.
Para o prefeito de Três Corações, Nadico Vilela (PSL), o impasse não pode continuar e o Executivo está aberto ao diálogo, mas ele afirma que ainda não lhe foi apresentado um relatório explicando esses custos a mais. “Até agora, oficialmente, não chegou nada até mim. Assim que chegar nós vamos nos sentar com a equipe de saúde e vamos analisar a nova proposta. A proposta oferecida pelo Conselho Municipal de Saúde nos foi apresentada e nós honramos esse compromisso”, ressalta.
O Conselho Municipal de Saúde realizou análise dos gastos do pronto-socorro. Uma das sugestões apresentadas é de que se façam dois contratos separados, sendo um para o pronto-atendimento e outro para as UTIs, entretanto, o conselho orienta que só ocorra a assinatura quando as duas instituições estiverem de acordo com o valor a ser depositado.