1 de junho de 2024
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Entenda o que está acontecendo em Israel

Conflito já contabiliza pelo menos 40 mortos e cerca de 800 feridos em solo israelense; Brasil condenou o ataque

Neste sábado (7), insurgentes palestinos na Faixa de Gaza realizaram um ataque sem precedentes no sul de Israel, disparando milhares de projéteis contra o território israelense. Enquanto isso, o grupo Hamas, que governa o enclave, anunciava o início de uma nova operação. Em resposta, Israel atacou alvos em Gaza, preparando o cenário para o que poderia ser uma nova rodada de combates pesados entre os dois ferrenhos inimigos.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou que o país está “em guerra” com a “milícia radical”. Essas foram suas primeiras palavras desde o início da ofensiva. Ele ordenou a convocação de reservistas e prometeu que o Hamas “pagará um preço que nunca conheceu antes”.

“Estamos em guerra”, disse Netanyahu. “Não (em) uma operação, não (em) um ataque, mas em guerra”. Ele também ordenou que o exército limpasse as cidades infiltradas de militantes do Hamas que ainda estavam envolvidos em tiroteios com soldados.

Vídeos postados nas redes sociais mostraram o que pareciam ser atiradores palestinos uniformizados dentro da cidade fronteiriça israelense de Sderot. Um vídeo de Gaza mostrou o que parecia ser o corpo sem vida de um soldado israelense pisoteado por uma multidão enfurecida que gritava “Deus é grande”. Outro parecia mostrar insurgentes palestinos arrastando um soldado israelense vivo em uma motocicleta.

Em outra filmagem, uma multidão de homens palestinos dançava ao redor e em cima de um tanque israelense em chamas. A autenticidade dos vídeos não pôde ser verificada imediatamente.

O líder da ala militar do Hamas, Mohammed Deif, anunciou o início do que ele chamou de “Operação Tempestade Al-Aqsa”. “Já chega”, disse Deif em uma mensagem gravada, na qual conclamou os palestinos a participarem da luta. O Hamas disparou mais de 5 mil projéteis contra Israel, acrescentou.

Salah Arouri, um líder exilado do Hamas, disse que a operação foi uma resposta “aos crimes da ocupação” e observou que os combatentes estavam defendendo a mesquita de Al-Aqsa em Jerusalém e os milhares de prisioneiros palestinos mantidos por Israel.

O exército israelense confirmou a infiltração em várias cidades do sul, perto da fronteira com a Faixa de Gaza, e ordenou que a população ficasse em casa.

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“O exército declara estado de alerta de guerra”, disse em um comunicado. “Na última hora, a organização terrorista Hamas iniciou o disparo maciço de projéteis da Faixa de Gaza para o território israelense, e os terroristas se infiltraram no território israelense em vários locais diferentes.”

O Hamas “enfrentará as consequências e a responsabilidade”, acrescentou.

Israel ergueu uma enorme cerca ao longo de sua fronteira com o enclave palestino para impedir a entrada. A cerca é equipada com câmeras, sensores de alta tecnologia e tecnologia de escuta. A incursão dos insurgentes é uma grande conquista para o Hamas.

O som de foguetes cortando o ar podia ser ouvido em Gaza e as sirenes foram ativadas em locais tão distantes quanto Tel Aviv e Jerusalém durante os ataques matinais, que duraram mais de duas horas. A agência de emergência israelense, Magen David Adom, informou que uma mulher de 70 anos sofreu ferimentos graves devido a um foguete que atingiu um prédio no sul de Israel. Em outro ponto, estilhaços de um projétil causaram ferimentos moderados em um homem de 20 anos, acrescentou.

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Como os ataques continuaram no centro e no sul de Israel, milhões de israelenses receberam ordens de ficar perto de abrigos antibombas em suas casas. O exército disse que os residentes próximos a Gaza deveriam ficar em casa por causa do “incidente de segurança”. 

 

 

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HISTÓRICO DO CONFLITO 

A ofensiva palestina coincide com semanas de tensões crescentes ao longo da volátil fronteira de Gaza e com fortes combates na Cisjordânia ocupada por Israel. 

Israel mantém um bloqueio na Faixa de Gaza desde que o Hamas, um grupo insurgente islâmico que se opõe a Israel, assumiu o controle do território em 2007. Os inimigos ferrenhos travaram quatro guerras desde então. Além disso, houve vários pequenos confrontos entre as tropas israelenses e o Hamas e outros grupos menores no território.

O bloqueio, que restringe a entrada e a saída de pessoas e mercadorias, devastou a economia da Faixa. Israel afirma que é necessário impedir que grupos insurgentes expandam seus arsenais, mas os palestinos argumentam que isso equivale a punição coletiva.

Os disparos de foguetes ocorrem em um momento de fortes combates na Cisjordânia, onde quase 200 palestinos foram mortos em ataques israelenses neste ano. Israel afirma que a maioria dos mortos são insurgentes, mas as baixas também incluem jovens palestinos que lançavam pedras em protesto e pedestres inocentes

Os ataques palestinos contra israelenses causaram a morte de mais de 30 pessoas desde o início do ano.

Israel conquistou a Cisjordânia, bem como Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza, na Guerra dos Seis Dias de 1967.

 

BRASIL CONVOCA REUNIÃO NA ONU APÓS ATAQUES

O governo brasileiro condenou, neste sábado (7), os ataques de mísseis do Hamas a Israel, que deixaram ao menos 40 mortos e cerca de 800 feridos em solo israelense, e anunciou que vai convocar uma reunião de emergência no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

O Brasil exerce ao longo de outubro a presidência rotativa do Conselho de Segurança, em Nova York, e tem a prerrogativa de convocar reuniões de última hora para discutir situações graves de segurança no mundo.

“Na qualidade de Presidente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Brasil convocará reunião de emergência do órgão”, disse o Ministério das Relações Exteriores, em nota.

O Itamaraty afirmou que a continuidade do conflito em Israel e na Palestina não é uma “alternativa viável” e considerou ser “urgente a retomada de negociações de paz”. O governo brasileiro pediu que os dois lados no confronto evitem a escalada da situação.

“O governo brasileiro reitera seu compromisso com a solução de dois Estados, com Palestina e Israel convivendo em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas. Reafirma, ainda, que a mera gestão do conflito não constitui alternativa viável para o encaminhamento da questão israelo-palestina, sendo urgente a retomada das negociações de paz”, disse o Itamaraty.

Segundo o governo federal, até o momento não há informações de vítimas brasileiras, seja em Israel ou na Palestina.

*Com informações da Associated Press/Agência Estado 

 

 

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Vitória Silva
Repórter no ACidade ON Campinas. Formada em Jornalismo pela Unesp, tem passagem pelos portais Tudo EP e DCI, experiência em gravação e edição de vídeos, produção sonora e redação de textos, com maior afinidade com temas que envolvem cultura e comportamento.
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