Há quatro anos, o mundo vivia os primeiros meses da pandemia da covid-19, que matou milhões de pessoas. Com a chegada das vacinas, o número de mortes diminuiu bastante, mas ainda ficou a dúvida. Por que algumas pessoas não adoeceram enquanto outras tiveram a doença por inúmeras vezes?
A explicação pode estar em um estudo britânico recente, que foi publicado na revista científica “Nature”. Um gene protetor pode ter evitado que algumas pessoas ficassem doentes.
Qual é o gene que pode dar imunidade à covid-19?
A pesquisa sugere que indivíduos com altos níveis do gene HLA-DQA2 têm a capacidade de combater o vírus SARS-CoV-2 mais rapidamente, com resposta imune ainda no revestimento do nariz, tornando-o mais resistente à infecção.
Para chegar aos resultados, os cientistas reuniram voluntários saudáveis e sem histórico prévio de covid-19, que foram expostos, por meio de um spray nasal, a uma dose extremamente baixa da cepa original do vírus. O estudo, liderado pelo Instituto Wellcome Sanger, University College London, Imperial College London e outras instituições, analisou amostras dos voluntários antes e imediatamente após a exposição ao vírus.
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Um monitoramento no sangue e no revestimento do nariz de 16 voluntários rastreou toda a infecção e as respostas das suas células imunes. Percebeu-se, então, que o organismo dos voluntários reagia de diferentes formas ao vírus, apresentando infecções que poderiam ser classificadas de três maneiras:
- sustentadas,
- transitórias
- abortadas
O estudo, então, sugere que altos níveis do HLA-DQA2 antes da exposição ajudaram as pessoas a evitar que uma infecção sustentada se instalasse.
Os indivíduos com altos níveis desse gene eliminaram o vírus de forma tão eficaz que não retornaram teste de PCR positivo e não apresentaram sintomas, enquanto o grupo transitório testou positivo intermitentemente e apresentou sintomas leves. Em contraste, seis pessoas que desenvolveram infecção sustentada exibiram resposta imune rápida no sangue, mas mais lenta no nariz, permitindo que o vírus se estabelecesse ali.
Segundo os autores, a descoberta pode fornecer base para o desenvolvimento de tratamentos e vacinas potenciais que imitem essa proteção natural.
*Com informações da Agência Estado