Nos últimos dias, ao menos três animais morreram devido aos casos de raiva bovina, em Muzambinho. Além disso, outros casos suspeitos seguem em investigação.
Para acompanhar os casos e trabalhar para a contenção da transmissão da doença, profissionais do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) estiveram em propriedades da cidade para coletar material de análise dos rebanhos com suspeitas e, agora, aguardam os resultados.
A Vigilância Sanitária do município também está preocupada com a quantidade de animais infectados pela doença. A primeira morte aconteceu no dia 7 de julho, já as outras duas, no dia 19.
O veterinário Vânius Vinícius Dipe, orientou sobre as medidas para conter a transmissão. “O produtor nos avisa da morte do animal. O animal tem que estar isolado dos outros. O produtor não pode ter contato com a saliva desses animais. Nós nos deslocamos até a propriedade e fazemos a coleta do material, que é o cérebro desses animais. Acondicionamos eles e enviamos para o laboratório do IMA, em Belo Horizonte”, destaco.
A veterinária Isadora Goulart reforçou que “foi feito o bloqueio vacinal em cães e gatos em um raio de 5 quilômetros das propriedades que houve a suspeita“.
O IMA está monitorando os casos e, a partir da próxima semana, será iniciada uma força-tarefa em busca dos locais da região com possibilidade de encontrar morcegos hematófagos, que são aqueles que se alimentam exclusivamente de sangue de vertebrados e são transmissores da doença.
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A assessora técnica animal do IMA, Luiza Aparecida Adão e Silva, enfatizou que foi detectado, por meio de um mapeamento realizado na região em que ocorrem os focos e através dos abrigos de morcegos, que se trata de um surto da doença. “A coordenadoria do IMA, em Poços de Caldas, entrou em contato com a nossa diretoria, e estamos organizando uma força tarefa para na próxima semana fazer um trabalho de varredura na região, onde aconteceram esses focos”, ressaltou.
É importante destacar que a raiva não tem cura e que a vacinação é necessária, conforme orientações do coordenador de campo do IMA, Jomar Zatti. “Para nós evitarmos que a doença se espalhe, senhores produtores, aqueles que não vacinaram o rebanho contra a raiva, que o façam a partir dos animais de dois meses de idade, vacinem todos os animais. Esse trabalho não interdita carnes nem leite, é uma doença zoonose que é transmitida do morcego para os animais e dos animais para o homem. Aquele produtor que teve contato com o animal doente, colocou a mão na boca dele tentando ajudar, aplicar um remédio, tem que procurar a saúde para tomar as vacinas curativas e para uma avaliação médica”, pontuou.
A DOENÇA
A raiva é uma doença chamada de zoonose, que passa dos animais ao homem e vice-versa, transmitida por um vírus mortal tanto para o homem como para o animal. Envolve o sistema nervoso central, levando ao óbito após curta evolução, segundo informações da Biblioteca Virtual em Saúde, do Ministério da Saúde.
A transmissão ocorre quando os vírus da raiva existentes na saliva do animal infectado penetram no organismo, através da pele ou de mucosas, por meio de mordedura, arranhadura ou lambedura. Existindo três ciclos de transmissão: o urbano, que é representado principalmente por cães e gatos; o rural, por animais de produção, tais como bovinos, equinos, suínos, caprinos; e o silvestre, por raposas, guaxinins, primatas e, principalmente, morcegos.
Em todos os animais costumam ocorrer os seguintes sintomas: dificuldade para engolir, salivação abundante, mudança de comportamento, mudança de hábitos alimentares e paralisia das patas traseiras.
Nos cães, o latido se torna diferente do normal, parecendo um “uivo rouco”; no caso dos morcegos, com a mudança de hábito, eles podem ser encontrados durante o dia, em horário e locais incomuns.
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