Que doar sangue salva vidas, todo mundo sabe, mas você sabia que cachorros e gatos também podem ser os heróis dos pets? No entanto, para que um animal possa salvar a vida de outro, são necessários requisitos veterinários e também a autorização do tutor para o procedimento. Entenda mais abaixo.
Cães e gatos podem doar sangue?
Certas enfermidades podem levar um animal a precisar de sangue; acidentes ou cirurgias também são capazes de provocar a perda de volume sanguíneo, despertando a necessidade da transfusão. Doenças que causam anemia, como hemoparasitose (“doença do carrapato” e mycoplasmose), doenças autoimunes, intoxicações, FeLV nos felinos e alguns tipos de neoplasias (tumores) são as mais recorrentes na rotina clínica.
Por isso, transfusões sanguíneas de cães e gatos podem ajudar a salvar outro pet.
Quais são os critérios para doação de sangue em cães e gatos?
Segundo o CRMV-SP (Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo
Cães), é necessário que os animais preencham alguns requisitos antes de realizar a doação de sangue.
Para cachorros
- Comportamento dócil, uma vez que a transfusão é feita com o paciente acordado
- Vacinação e vermifugação em dia
- Não ter recebido transfusão recente
- Idade de 1 e 7 anos
- Pesar a partir de 25 kg
- Ausência de convulsões e problemas cardíacos
Para gatos
- Comportamento dócil, uma vez que a transfusão é feita com o paciente acordado
- Vacinação e vermifugação em dia
- Não ter recebido transfusão recente
- Idade de 1 e 7 anos
- Pesar a partir de 4,5 kg
- Ausência de convulsões e problemas cardíacos
Aos médicos-veterinários, é recomendado, ainda, realizar uma entrevista com o tutor, momento em que será verificado o histórico de saúde do cão e/ou gato, em seguida, realizada a coleta de amostra para triagem.
Em caso de constatação da saúde do doador, será feita a coleta da bolsa de sangue, procedimento que dura cerca de 15 minutos. As bolsas são de 450ml para cães e 60ml para gatos.
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Onde doar?
A doação costuma ser feita em bancos de sangue animal, os hemocentros, os quais podem realizar atividades de hemoterapia, hematologia, e terapia transfusional com objetivo de fornecer sangue.
Neste local, é realizada a coleta do material biológico, fracionamento, preparo, acondicionamento e armazenamento adequado dos hemocomponentes.
De quanto em quanto tempo os animais podem doar sangue?
Os animais que já são doadores precisam respeitar um intervalo de tempo entre cada procedimento. A frequência de doação com segurança deve ser feita a cada 3 meses.
Já na primeira vez do animal como doador, é comum serem realizados exames prévios para atestar a saúde. “Apesar de não haver ainda legislação que obrigue quais testes devem ser realizados, em cães, a recomendação é que sejam feitos exames de sangue e PCR para Babesia SP, Erlichia Canis, Erlichia Ewingil, Brucella Canis, Dirofilaria Imittis, Anaplasma Phagocytophilum, Anaplasma Platys, Borrelia Burgdorferi, Leishmania Dinovani e Leishmania Infantum”, cita Paulo Corte, membro efetivo da Comissão Técnica de Clínicos de Pequenos Animais do CRMV-SP.
“Já em gatos, a recomendação é que sejam feitos testes para FIV, FeLV e PIF”, afirma Anne Pierre Helzel, assessora técnica médica-veterinária do CRMV-SP.
Todos os exames são uma forma de atestar que o animal tem condições de saúde para ser doador, e, ainda, segurança para o receptor.
Existe tipificação sanguínea?
Os cachorros possuem 11 tipos sanguíneos diferentes, mas sabe-se que o “DEA 4” é considerado doador universal. Já os gatos possuem três tipos distintos: A, B e AB.
Dessa forma, a doação só pode ocorrer entre seres da mesma espécie e é preciso atentar para a tipagem sanguínea de cada indivíduo – assim como um humano tipo A não pode doar para outro humano tipo B, acontece o mesmo com os animais. Para determinar quem pode receber sangue de quem, no momento da doação, é feita a tipagem sanguínea do possível doador.
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