20 de maio de 2024
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Tudo Saúde

Como a felicidade pode reduzir risco de problemas no coração?

Estar satisfeito com a vida pode prevenir doenças cardiovasculares, diz estudo brasileiro

Estimular emoções positivas pode ajudar a diminuir os riscos de problemas cardíacos, diz pesquisa

Você sabia que pessoas felizes e entusiasmadas estão menos propensas a desenvolverem doenças do coração do que aquelas que geralmente estão insatisfeitas com a vida? Essa é a conclusão de uma pesquisa realizada na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) que sugere que estimular emoções positivas pode ajudar a diminuir os riscos de problemas cardíacos

O estudo analisou dados de quase 13 mil participantes do ELSA (Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto), que monitora há 15 anos a incidência e a progressão de doenças crônicas não transmissíveis (como diabetes e hipertensão) em servidores públicos de instituições de ensino de seis capitais do Brasil.

Metodologia da pesquisa

Aline Eliane dos Santos, doutoranda em Saúde Pública na UFMG e autora da pesquisa, analisou os dados das visitas do ELSA realizadas entre 2012 e 2014. 

A escala apresenta cinco afirmativas, para as quais as respostas variam de 1 (“discordo totalmente”) a 7 (“concordo totalmente”). Entre as afirmativas, estão: “As condições da minha vida são excelentes”; “Estou satisfeito com a minha vida”; e “Se pudesse viver a minha vida outra vez, não mudaria nada”

Segundo Santos, o conceito de satisfação com a vida é algo muito individual, uma vez que engloba uma avaliação global que o indivíduo faz de todos os domínios de sua própria vida, incluindo questões como família, trabalho, saúde, renda e outros fatores.

Já a saúde cardiovascular dos participantes do ELSA foi avaliada pelo Índice de Saúde Cardiovascular Ideal, proposto pela AHA (American Heart Association) em 2010. Segundo Santos, esse índice é composto por sete itens divididos em dois subescores: fatores comportamentais e fatores biológicos

Os fatores biológicos levam em consideração medidas como glicemia de jejum, pressão sanguínea e colesterol total. Já os fatores comportamentais avaliam aspectos como prática de atividade física, alimentação saudável, ausência de tabagismo e índice de massa corporal (IMC). O escore varia de 0 a 7 pontos e não avalia o risco, mas sim a saúde cardiovascular.

A pesquisadora categorizou a pontuação em três níveis: baixa saúde cardiovascular (para pontuações de 0 a 2); intermediária (pontuações de 3 a 4) e ótima (pontuação de 5 a 7). O estudo apontou que somente 10,5% dos participantes alcançaram a pontuação que indica saúde cardiovascular ótima, enquanto 42% atingiram a pontuação intermediária e 47,5% dos participantes foram classificados como tendo baixa saúde cardiovascular.

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Como a felicidade pode reduzir risco de problemas no coração?

Depois de avaliar os resultados das duas escalas e associá-los, a pesquisadora observou que a cada aumento na pontuação da satisfação com a vida, aumentava a chance de o indivíduo ter uma saúde cardiovascular intermediária ou ótima.

Segundo ela , existem duas possíveis explicações possíveis para esses achados. A primeira é biológica, em que a pessoa com maior nível de satisfação com a vida é uma pessoa que tem um amortecimento dos efeitos deletérios do estresse do dia a dia porque consegue lidar melhor com situações que vão levar a uma cascata de efeitos biológicos deletérios, como por exemplo, maior produção de cortisol e de fatores inflamatórios.

Uma outra explicação seria que uma pessoa que tem níveis maiores de satisfação com a vida tem uma motivação maior para aderir a comportamentos saudáveis, vai cuidar mais da alimentação, vai praticar mais atividade física, terá menores níveis de tabagismo, entre outros.

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Mortalidade também sofre impacto

Quando a satisfação com a vida for muito baixa também há um risco aumentado de morte por todas as causas. “As pessoas insatisfeitas vão morrer mais precocemente”, disse Santos.

Na avaliação do cardiologista Marcelo Katz, do Hospital Israelita Albert Einstein e pesquisador na área de ciência comportamental e engajamento do paciente, esse trabalho realizado pela UFMG é fundamental porque retrata a realidade brasileira e mostra como os pacientes realmente têm uma oportunidade de prevenção e não estão seguindo aquilo que é recomendado.

“O trabalho mostra que somente 10% dos participantes têm a saúde cardiovascular em nível ótimo. Isso demonstra que temos uma população enorme que precisa melhorar a saúde. Esse estudo também agrega conhecimento na área de saúde mental e saúde cardiovascular e na importância de entender esta relação. Uma parcela desses pacientes pode ter uma questão de saúde mental que reflete numa insatisfação com a vida e, muitas vezes, pode ter um diagnóstico psiquiátrico de base”, afirmou o cardiologista.

De acordo com Katz, já faz algum tempo que as evidências científicas têm demonstrado que além dos fatores de risco tradicionais para as doenças cardiovasculares, outros fatores (chamados psicossociais) começaram a demonstrar o seu impacto como associados a maior risco cardiovascular. 

“Já se conheciam os clássicos ansiedade e depressão, mas depois vieram outros aspectos que permeiam essas questões. Hoje se sabe por exemplo que pessoas ansiosas, com depressão, com pensamentos negativos, pessimistas, que não têm propósito de vida, têm maior risco cardiovascular. Pessoas mais rancorosas, com mais dificuldade em perdoar, pessoas que não são satisfeitas, que não são felizes, também têm maior risco. Esse estudo brasileiro vai em linha com o que vem sendo demonstrado nos últimos anos em estudos internacionais”, afirmou.

Com informações da Agência Einstein

Sob supervisão de Marcos Andrade

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