Uma nova pesquisa divulgada na revista Nature mostrou quais são as características que as fêmeas do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, levam em consideração para depositar os seus ovos num criadouro.
O principal ponto destacado foi a quantidade desses insetos e o uso recorrente da capacidade olfativa para definir onde farão o depósito. (leia mais abaixo)
LEIA MAIS
Mortalidade por dengue é maior entre crianças de até cinco anos
O que é estado de emergência para dengue?
Como os mosquitos da dengue decidem onde colocar seus ovos?
A principal característica é a união em pequenos grupos das fêmeas do Aedes, estratégia usada para aumentar as chances de reprodução da espécie, em busca do melhor espaço de depósito dos ovos. Porém criadouros lotados, mais densos, são evitados, o que os pesquisadores descobriram que é detectado pelos animais por meio da comunicação olfativa.
Os pesquisadores observaram que os mosquitos também controlavam a densidade de ovos depositados em determinado lugar. Eles notaram que o Aedes aegypti se agregava apenas quando havia até 30 fêmeas presentes no teste.
Nos experimentos que envolviam quantidades de 60 ou 90 mosquitos, a dispersão entre eles foi maior. De acordo com o artigo, uma quantidade excessiva de ovos no criadouro aumenta a competição entre as larvas e, por isso, prejudica a proliferação da espécie.
Gás carbônico
Outro achado do estudo indica que o gás carbônico (CO2) atua como uma espécie de repelente enquanto os mosquitos depositam seus ovos. O Aedes aegypti tem sensores bastante sensíveis para mudanças de CO2. As fêmeas usavam o gás para detectar criadouros que já estavam bastante cheios, já que os mosquitos exalam CO2.
“É provável que a agregação em (criadouros de) baixa densidade esteja relacionada com a qualidade atestada de criadouros por outras fêmeas”, afirma o artigo.
Água
Os mosquitos cumprem algumas etapas antes de depositar seus ovos. Eles usam estruturas sensoriais nas suas pernas e a boca para se certificar da qualidade da água. A presença de larvas e ovos também é outro fator importante para esses animais na hora de depositar ovos.
Em alguns testes, os pesquisadores tamparam água de modo que o animal não podia verificar a presença de outros ovos ou a qualidade do líquido e notaram que o comportamento de agregação entre os mosquitos continuava.
Os achados dos experimentos podem fornecer análises para desenvolver métodos de controle da população de Aedes aegypti, aponta o artigo dos pesquisadores da Universidade Internacional da Flórida (EUA).
*Com informações de Agência Estado
**Sob supervisão de Marcos Andrade
LEIA TAMBÉM