O início do ano costuma ser o período mais procurado para tirar dias de recesso ou férias coletivas combinadas com as férias escolares. Atualmente, essa pausa tem sido cada vez mais valorizada para manter a saúde mental, principalmente no Brasil, por ser um dos países recordistas de pessoas com transtornos de ansiedade e depressão, como aponta um levantamento realizado pelo Instituto Ipsos.
De acordo com os dados da pesquisa, 53% dos trabalhadores brasileiros apresentaram piora em sua saúde mental nos últimos anos, com consequências severas desses diagnósticos, como a síndrome de burnout, que compromete a rotina pessoal e profissional de todos.
Segundo o International Stress Management Association (ISMA-BR), 72% da população brasileira sofre alguma sequela do estresse, sendo 32% relacionado à síndrome de burnout. Reconhecida desde janeiro de 2022 pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como uma doença ocupacional que apresenta sintomas físicos e emocionais, a síndrome de burnout é considerada um tipo de estafa profissional, que tem se tornado cada vez mais comum.
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“Independentemente da faixa etária, o período de afastamento das atividades obrigatórias do dia a dia é tão importante quanto a atuação no trabalho, na faculdade e na escola. É chegado o momento de aliviar a fadiga física, o estresse e o cansaço emocional”, afirma Claudia Vieira Levinsohn, mestre e especialista em educação.
O debate em torno desta doença é justamente sobre a queda na performance dos profissionais no mercado de trabalho, sobretudo no mundo corporativo. O longo isolamento social e as situações restritas durante a pandemia podem ter colaborado para este cenário, assim como a tecnologia, que embora apresente benefícios em diversos aspectos também ajuda a deixar as pessoas mais dependentes de suas aplicabilidades.
“O trabalho foi impactado pelo home office, cuja facilidade da internet possibilitou a atuação a distância. Quando as pessoas começaram a trabalhar em casa iniciou um período de tensão. Primeiro porque queriam entender se continuariam empregadas e adaptadas ao novo modelo, e depois, a exaustão para dar conta de mais horas de trabalho e da dependência do WhatAapp”, ressalta Claudia.
Sem eleições e Copa do Mundo, além de muitos feriados no calendário, 2023 pode representar mais proximidade com a família e os amigos e, também, novas mudanças de hábitos.
“Tirar férias ou alguns dias de descanso é uma questão de necessidade e de saúde para que corpo e mente relaxem e recuperem as energias. Pode significar um momento de reflexão e reequilíbrio do bem-estar profissional e pessoal para retornar com força total e, assim, seguir uma vida mais ajustada e feliz. Não podemos abrir mão disso”, finaliza.
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