Antes de mais nada, precisamos deixar claro o que é um investimento pré-fixado e um pós-fixado.
Um investimento pré-fixado é aquele onde você sabe, no momento da aplicação, qual será exatamente a taxa de juros que vai fazer o seu dinheiro render.
Já um investimento pós-fixado é aquele onde você não sabe, no momento da aplicação, qual será a taxa de juros que vai fazer seu dinheiro render. Você não sabe quanto vai tirar lá na frente.
No pós-fixado, esta taxa está atrelada a algum tipo de ÍNDICE de mercado. Por exemplo: SELIC, CDI, a inflação medida pelo IPCA ou IGPM, e por aí vai
Você pode ter títulos pós e pré-fixados, tanto privados (bancos e corretoras) como do governo (Tesouro Direto).
Tesouro prefixado
Agora sim, vamos ver as diferenças entre os títulos Tesouro Prefixado e Pós-fixado, emitidos pelo Tesouro Nacional.
Inclusive o nome de um dos títulos é esse mesmo: Tesouro Prefixado. A taxa de juros que ele paga depende da data de vencimento do título.
Por exemplo, se você comprar o título Tesouro Prefixado 2025 no dia que publicamos esse texto, você teria 11,69% de juros ao ano, se você deixar o seu dinheiro aplicado até a data de vencimento: 01/01/2025.
Você até pode vender antes, mas aí essa rentabilidade pode variar no meio do caminho, num conceito chamado de “marcação à mercado”.
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Pergunta: é uma boa você investir num título prefixado, ou no próprio Tesouro Prefixado?
O problema dos prefixados é que eles são uma aposta sua contra a inflação. Imagina que você pegou esse, de 11,69% ao ano. Hoje tá ok, mas e se a inflação anual ficar maior que a sua rentabilidade? Você fechou o contrato, tá lá, 11.69% ao ano, aconteça o que acontecer.
Nesse caso o seu dinheiro perdeu poder de compra, mesmo se você levar até a data de vencimento. Rentabilidade real negativa, também conhecida como prejuízo.
Tesouro pós-fixado
Já os títulos PÓS-fixados do Tesouro, como o TESOURO SELIC, embora a gente não saiba quanto será a rentabilidade futura, sabemos que ele sempre vai pagar a taxa SELIC.
Veja que não saber exatamente o quanto vai tirar lá na frente, pode ser uma boa! Porque a SELIC costuma ser estipulada para estar acima da inflação, e assim, indiretamente, você protege o seu dinheiro contra esse mal.
No caso específico do Tesouro SELIC, o título público pós-fixado, ainda tem o bônus de poder vender o título antes da data de vencimento, sem ser prejudicado por isto. É o único título com este comportamento, então é bem legal para sua reserva de emergência, para aquele dinheiro que você possa precisar a qualquer momento.
O Tesouro direto tem também um título misto, que é o Tesouro IPCA+. Ele promete uma taxa de juros que é formada pelo índice de inflação IPCA, somado a uma taxa fixa de juros. Pós fixado e prefixado num único título.
No momento que a gente publicou esse texto, tínhamos três variações de vencimento desse título, com diferentes taxas:
O Tesouro IPCA+ 2026, pagando IPCA + 5,34%.
O Tesouro IPCA+ 2035, pagando IPCA + 5,67%.
O Tesouro IPCA+ 2045, pagando IPCA+ 5,74%.
Como este título paga juros além da inflação, a gente espera que a nossa grana esteja corrigida, e não perca o poder de compra. Só que esta rentabilidade do Tesouro IPCA, assim como a do Prefixado, só é garantida na data de vencimento do título, tá?
Se resolver vender antes, pode ter tanto ganhos como prejuízos, por conta da tal “marcação a mercado”.
Qual título comprar?
Você que decide. O nosso papel é ensinar, mas a decisão será sempre sua. Só uma coisa é certa: se você precisar usar seu dinheiro a qualquer momento, o melhor é o Tesouro SELIC.