A cantora Tina Turner ganhou uma exposição fotográfica no MIS (Museu da Imagem e do Som). A mostra ficará em cartaz até o dia 9 de julho na Avenida Europa, em São Paulo. Na exposição, inédita no Brasil, será possível contemplar cliques produzidos por Bob Gruen, Ebet Roberts, Ian Dickson e Lynn Goldsmith. São 120 imagens da rainha do rock, que mostram a cantora não só nos palcos, mas também em sua difícil vida privada.
“A Tina Turner é um dos ícones do século 20. Entre o final dos anos 80 e início dos anos 90, com certeza, foi a artista mais famosa e mais relevante do mundo”, disse André Sturm, diretor executivo do MIS-SP.
“Ela é uma mulher negra que, aos 40 anos, se reinventou de uma maneira feminina, sexy, cheia de energia, de suor e de felicidade e com músicas muito potentes. Quem não a conheceu, terá aqui a chance de se empolgar com essa mulher extraordinária. E temos a sorte de ter fotógrafos que foram muito próximos da Tina e que conseguiram captá-la em momentos que a gente não teve. Não são apenas fotos de palco, mas de bastidores também”, acrescentou.
“Essa exposição chega para reverenciar a trajetória de uma mulher potente, forte e exemplo para toda uma geração. E também para trazer esse legado para uma galera que ainda não a conhece”, ressaltou Lia Vissotto, co-realizadora da exposição.
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NICHOS
A mostra foi organizada em torno de quatro temas principais relacionados à vida de Tina: sua carreira musical, o poder feminino, sua participação no cinema e seu estilo único refletido nos figurinos e penteados emblemáticos.
“As imagens não foram separadas de forma cronológica. Elas foram separadas em nichos. Colocamos no poder feminino esse lugar de ver a Tina como um ser global, como uma mulher que tinha que romper muitas barreiras por ter vivido naquela época. Sendo uma mulher negra, nascida em 1939, ela viveu toda a sua juventude dentro da segregação racial americana. Então, aqui vemos o poder dessa mulher em transformar essas realidades”, disse a curadora.
“Temos também muitas fotos de performances em shows. A carreira dela começou com o Ike Turner. Depois da separação, ela seguiu carreira solo e, nessa carreira, ela alcançou o estrelato, já aos 44 anos. Hoje falamos em etarismo e a Tina Turner conseguiu romper isso sem ter feito a discussão, mas trazendo o tema para os dias atuais. E em relação à violência doméstica, ela conseguiu falar sobre isso em 1981, quando ninguém falava”, explicou Adriana.
Em um dos espaços produzidos especialmente para a mostra, é possível assistir à apresentação histórica de Tina Turner no Maracanã. “Temos uma tela de led gigante com muitos momentos da Tina em shows para as pessoas se sentirem no palco. E, para finalizar, temos a chance de ver, em uma tela maior, o show que ela fez no Brasil, em 1988, no Rio de Janeiro, que foi recorde de público. É o recorde, ainda hoje, de uma artista solo mulher, com mais de 188 mil pagantes.”
A exposição traz também fotos de bastidores, com Tina ao lado de figuras emblemáticas do mundo musical como David Bowie, Mick Jagger e Keith Richards. Em um outro nicho, são apresentadas fotos de sua vida pessoal. “Tem uma outra possibilidade na exposição que é chegar mais perto da Tina na vida íntima, que é algo muito difícil, porque ela sempre esteve em cima do palco. Aqui na exposição há imagens da Tina fora do palco em momentos da família”, disse Adriana.
Para os visitantes que queiram se sentir um pouco como a cantora, o MIS produziu um espaço onde será possível vestir uma peruca e usar um microfone para imitar a estrela do rock.
“Tina Turner tem algumas marcas que fazem dela quem é. No segundo momento da carreira, nos anos 80, ela deixou de usar o cabelo totalmente solto e comprido, para repicá-lo. Esse é um dos cabelos mais icônicos mundialmente. Ela sempre foi uma mulher que estava no palco dançando e, no início de sua carreira, ela tinha que pensar em suas roupas. Ela desenhava e costurava suas roupas, costurava as perucas, fazia as coreografias, se maquiava. Depois, ela foi tendo mais ajuda, mas você começa a perceber que ela é uma mulher que tomou conta de sua própria imagem. Ela sabe que a imagem é um poder. A partir da imagem que ela projeta, ela pode exalar potência.”
A entrada no MIS é gratuita às terças-feiras. Mais informações sobre a exposição podem ser obtidas no site do evento.
SERVIÇO
“Tina Turner: uma viagem para o futuro”
Data: 04 de maio a 09 de julho de 2023
Horários: Terças a sextas, das 11h às 20h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 19h
Local: Espaço expositivo 1º andar (Museu da Imagem e do Som Avenida Europa, 158, São Paulo-SP)
Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia) Terças: ingresso gratuito
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