A PUC-Campinas confirmou nesta quinta-feira (14) que concluiu a sindicância sobre o caso do professor da Faculdade de Ciências Econômicas, Contábeis e Administrativas, Geraldo Gonçalves Júnior, que fez uma alusão ao estupro durante em sala de aula. O caso aconteceu há quatro meses, em maio.
Na ocasião, o docente disse que “se o estupro é inevitável, relaxa e goza”. Uma aluna da instituição, que preferiu não ser identificada, relatou o desconforto que sentiu após o professor da disciplina de administração estratégica do curso de Relações Internacionais comparar a obrigatoriedade de um trabalho universitário com o estupro – veja o vídeo abaixo.
“OS ALUNOS ESTAVAM CONVERSANDO COM O DOCENTE SOBRE UM PROJETO EDUCACIONAL, O MONUEM, ASSIM, O DOCENTE COMPAROU A OBRIGATORIEDADE DO PROJETO EDUCACIONAL AO ESTUPRO, SE JÁ ERA OBRIGATÓRIO, IGUAL NO ESTUPRO – E AÍ PROFERIU A FALA”, COMENTOU.
De acordo com a universidade, o professor permanece afastado, mas ainda recebe salário. Além disso, a instituição salientou que o resultado da sindicância será encaminhado ao jurídico.
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“O docente, por enquanto, recebe salários normalmente porque o resultado da apuração, realizada de maneira sigilosa, foi enviado ao jurídico da instituição para uma análise técnica. Depois, será enviado para a administração da universidade para estudar medidas cabíveis relacionadas à conclusão da sindicância. Ainda não há prazo estipulado para a definição”, diz nota.
A apuração do acidade on Campinas entrou em contato com o professor na época dos acontecimentos, mas ele afirmou que não vai se manifestar sobre o ocorrido e que as informações do caso devem ser tratadas diretamente com a PUC-Campinas.
Nas redes sociais, a Associação Atlética da Faculdade de Ciências Econômicas, Contábeis e Administrativas publicou uma nota de repúdio. “A Associação Atlética Acadêmica Professor José Geraldo de Souza Carreira repudia qualquer fala ou ação que contribua com a cultura do estupro. A Faceca ressalta a postura de que falas que fazem apologia ou incentivo ao estupro como a citada não devem ser normalizadas, mas sim, combatidas”, diz o comunicado.
Carta de repúdio
Após o ocorrido, o Centro Acadêmico de Relações Internacionais divulgou uma carta de repúdio e solicitou uma resposta por parte da Universidade sobre a fala do professor em sala de aula. Leia a carta na íntegra abaixo:
“O Centro Acadêmico de Relações Internacionais XXVI de Setembro repudia qualquer fala ou ação que contribua com a cultura do estupro. Estupro é configurado como crime pelo Artigo 213 da Constituição Brasileira, e qualquer fala que contribua, atenua ou relativize o assunto deve ser penalizada, uma vez que pode atingir vítimas muitas vezes já debilitadas, alem de incentivar e banalizar o crime.
Sendo assim, o CARI pede uma resposta da Pontifícia Universidade Católica de Campinas a respeito da fala proferida “se o estupro é inevitável, relaxa e goza” em sala de aula por um docente, no dia 12 de Maio de 2023, que gerou grande desconforto e revolta aos alunos presentes. O Centro Acadêmico ressalta a postura de que falas que fazem apologia ou incentivo ao estupro como a citada não devem ser normalizadas, mas sim, combatidas.
Também nos solidarizamos com os indivíduos que se sentiram atingidos com o discurso, dando apoio no que estiver ao nosso alcance.”
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