A CPI que investigará suposto “delivery” de medicamentos que serviria ao prefeito Airton Garcia (União) já está “virtualmente aberta”, com o mínimo de sete assinaturas. A expectativa do proponente, vereador Paraná Filho (PSB), é que novos subscritores aderem ao texto nos próximos dias.
A nova investigação apura fornecimento irregular de medicamentos de alto custo, bem como os fornecidos pela Remume, lista de remédios fornecidos pelo município. Airton sofre de doença renal, faz diálises três vezes na semana e chegou a ficar internado em UTI para tratamento.
Na denúncia, o vereador afirma que os pedidos seriam feitos pela esposa do prefeito, Rosária Mazzini Cunha, diretamente à secretária de Saúde, Jôra Porfírio, que “agilizava, facilitava e, inclusive, fazia a entrega” dos medicamentos diretamente à primeira-dama “em sua casa e em seu escritório particular”.
A situação foi denunciada de forma “reiterada” por funcionários da Secretaria Municipal de Saúde. No pedido de CPI, consta haver “esquema de facilitação e beneficiamento no fornecimento de medicamentos de alto custo” ao prefeito.
“Tal denúncia traz também, a informação de que, funcionários e veículos da Prefeitura Municipal de São Carlos por várias vezes foram utilizados para retirar e transportar tais medicamentos até a casa e escritório particular do sr. prefeito, repisasse, o que não é feito para o restante da população”, completa.
Procurada, a Prefeitura afirmou que não foi notificada oficialmente, portanto, não irá se pronunciar.
A primeira-dama Rosária Mazzini Cunha não se pronunciou sobre a nova investigação.
Diligência termina com PM na Sec. de Saúde
Uma apuração sobre suposto favorecimento político na entrega de medicamentos terminou com Polícia Militar e Guarda Civil Municipal na porta da sede da Secretaria de Saúde, na avenida São Carlos, na manhã de sexta (29). O vereador Paraná Filho (PSB) acusou funcionários de cercear a prerrogativa parlamentar de investigar fatos “in loco”.
A apuração iniciou após denúncia e indícios encontrados no celular corporativo da secretária de Saúde, Jôra Porfírio, que foi apreendido após depoimento dela à CPI da Primeira-Dama. Uma nova CPI pode ser proposta para apurar o caso.
Paraná afirmou que teve sua prerrogativa legislativa de diligenciar em órgãos públicos ao não ter acesso aos documentos. A investigação mais cedo mostrou-se ser sobre o suposto favorecimento do prefeito na distribuição de medicamentos.
