Com a intensificação da onda de calor que atinge 1.413 municípios brasileiros, pecuaristas enfrentam desafios adicionais relacionados ao estresse térmico em seus rebanhos. As altas temperaturas, que podem ultrapassar os 40ºC em algumas regiões, representam uma ameaça direta ao desempenho e bem-estar dos bovinos, impactando desde o peso dos animais até a eficiência reprodutiva dos rebanhos.
A mudança abrupta nas condições climáticas, característica da onda de calor atual, exige que os pecuaristas implantem estratégias eficazes para mitigar seus impactos. É importante lembrar que a zona de conforto térmico muda entre as categorias e origens dos bovinos e, conhecê-la, é fundamental para a tomada de decisões.
De acordo com Caio Borges, gerente de Produtos & Trade da Biogénesis Bagó, estudos mostram que para bovinos recém-nascidos, a temperatura mínima crítica é de 10ºC, com o conforto térmico entre 18 e 21ºC, e o limite máximo é de 26ºC. “Nos bovinos europeus, a temperatura mínima é de -10ºC, conforto térmico entre -1 e 16ºC, sendo a temperatura máxima de 27ºC. Já nos bovinos indianos, o limite mínimo é de 0ºC, o conforto térmico entre 10 e 27ºC e a temperatura máxima suportada de 35ºC”, compara.
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Quando expostos a temperaturas além dos limites suportáveis, os bovinos enfrentam hipertermia, desencadeando processos termorreguladores para recuperar a temperatura corporal normal. Este estresse térmico pode resultar em impactos significativos na saúde e desempenho dos animais, incluindo redução da imunidade, diminuição da produção de leite, perdas reprodutivas, entre outros.
Borges ressalta que a resposta dos animais ao estresse térmico é influenciada pela intensidade e duração da exposição, gerando respostas adaptativas comportamentais e fisiológicas. Para minimizar esses efeitos, pecuaristas devem adotar medidas proativas.
Dentre as recomendações, o especialista destaca a importância de fornecer áreas de sombra, garantir ventilação adequada, oferecer acesso a água limpa e em volumes suficientes, ajustar as práticas de alimentação para incentivar o consumo nos períodos mais frescos do dia e reorganizar os manejos reprodutivos para evitar os horários mais quentes.
A compreensão dessas medidas é crucial para garantir o máximo conforto dos animais, reduzindo os impactos produtivos e preservando a rentabilidade das fazendas.
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