29 de maio de 2024
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EP Agro

Fitocanibalismo: pesquisadores descobrem que pínus se “alimentam” de plantas mortas para sobreviver

Estudo, publicado em periódico científico, foi realizado na Universidade Federal do Paraná

Pesquisadores da pós-graduação em Ciências do Solo da UFPR (Universidade Federal do Paraná) descobriram uma nova prática entre as plantas, apelidada de fitocanibalismo. Essa capacidade foi observada em uma plantação de pínus (Pinus herrerae) em Jaguariaíva, no Nordeste do Paraná, e revela a habilidade das plantas em colonizar troncos de árvores mortas para obter nutrientes. 

A descoberta adiciona uma nova camada ao entendimento das estratégias de sobrevivência das plantas. Em ambientes florestais, onde as árvores muitas vezes permanecem em pé após a morte devido ao apodrecimento da base, as raízes de pínus colonizaram troncos de árvores mortas. 

Os resultados foram descritos e publicados no periódico científico Forest Systems. As raízes das árvores adjacentes colonizaram a região entre o lenho e a casca da árvore morta, formando um manto de raízes que cresceu tanto na parte externa quanto interna da casca. 

A serapilheira, uma camada formada pela acumulação de folhas sobre o solo, é comumente colonizada por raízes de árvores em busca de nutrientes. No entanto, a capacidade das raízes de pínus em explorar troncos de árvores mortas representa um novo patamar de adaptação desses organismos.   

 

 

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O professor Antonio Carlos Motta, orientador da pesquisa, destaca que as árvores mortas na plantação de pínus apresentavam pequenas rachaduras na base devido à baixa fertilidade do solo. Essas rachaduras proporcionaram às raízes uma entrada estratégica para colonizar o espaço entre o lenho e a casca, explorando os nutrientes mesmo antes da árvore cair. Dessa forma, as raízes das árvores vivas se beneficiam dos nutrientes liberados pelos tecidos em decomposição.

O estudo, conduzido ao longo de oito anos e meio após a morte das árvores vizinhas, mostrou que as raízes das plantas adjacentes atingiram mais de três metros acima da superfície da serapilheira, desafiando a gravidade. Esse crescimento é considerado uma vantagem adaptativa, uma vez que a camada superficial contém maiores quantidades de nutrientes devido à decomposição e mineralização de resíduos orgânicos. 

Julierme Zimmer Barbosa, estudante de doutorado na época da descoberta e um dos autores da publicação, destaca a supercapacidade de crescimento das raízes de pínus como um indicador de alta eficiência de aproveitamento de nutrientes em sistemas florestais com essa espécie.
Os pesquisadores acreditam que essa descoberta amplia o conhecimento sobre a habilidade de crescimento radicular do pínus em ambientes desafiadores e abre novas possibilidades de pesquisa sobre a ciclagem de nutrientes em ecossistemas florestais. 

A publicação do artigo pode ser acessada aqui
 

 

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Vitória Silva
Repórter no ACidade ON Campinas. Formada em Jornalismo pela Unesp, tem passagem pelos portais Tudo EP e DCI, experiência em gravação e edição de vídeos, produção sonora e redação de textos, com maior afinidade com temas que envolvem cultura e comportamento.
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