Em resposta à crescente ameaça do Greening, praga que impacta consideravelmente as plantações de laranja e cítricos em São Paulo, o governo estadual lançou uma campanha de conscientização e controle da doença. Sob o lema “Monitore, Inspecione e Erradique: Todos Contra o Greening”, a iniciativa visa mobilizar a população, especialmente os produtores rurais, na luta contra essa ameaça à citricultura paulista.
A campanha, no entanto, é apenas das ações do governo para enfrentar o Greening. Em outubro, por exemplo, foi implementado um canal de denúncias pela CDA (Coordenadoria de Defesa Agropecuária), vinculada à SAA (Secretaria de Agricultura e Abastecimento), como ferramenta para a identificação rápida de casos da praga, permitindo a tomada de medidas imediatas para conter sua propagação. O canal de denúncias por ser acessado pelo link.
Além disso, para coordenar e fortalecer a resposta do governo, foi criado, no mês passado, o Comitê Estadual de Combate ao Greening. Este comitê, composto por representantes das secretarias de Agricultura e Abastecimento, Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Casa Civil, Fazenda e Planejamento, e Ciência, Tecnologia e Inovação, tem a responsabilidade de propor políticas públicas, diretrizes e procedimentos para controlar efetivamente a doença.
LEIA TAMBÉM
Kits de apicultura são distribuídos a agricultores familiares no Sul de Minas
Mercado de trabalho no agronegócio atinge recorde com 28,5 milhões de pessoas
Outra frente de atuação intensificada recentemente pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento é o combate ao comércio de mudas irregulares de citros. A apreensão de 9 mil mudas irregulares, realizada nos dias 8 e 9 de novembro em Herculândia, no oeste do estado, evidencia a gravidade do problema. Análises subsequentes confirmaram a presença da bactéria Candidatus Liberibacter asiaticus, causadora do Greening, além da identificação de Xanthomonas citri supbs. citri, bactéria responsável pelo Cancro Cítrico.
O engenheiro agrônomo e diretor do CDSV (Centro de Defesa Sanitária Vegetal), Marlon Peres da Silva, destaca a importância das ações de apreensão para evitar a circulação de mudas que representam uma séria ameaça à citricultura paulista. Ele ressalta que a legislação vigente visa coibir o comércio ambulante de mudas sem acompanhamento fitossanitário adequado, devido aos graves danos econômicos que essa prática pode causar às lavouras e pomares comerciais.
O Greening, causado pela bactéria Candidatus Liberibacter spp. e disseminado pelo psilídeo Diaphorina citri, é uma doença sem cura que afeta todas as plantas cítricas. Com a citricultura paulista exportando cerca de U$ 2 bilhões por ano e gerando aproximadamente 200 mil empregos em 9,6 mil propriedades, a ameaça do Greening se torna uma questão econômica e social de extrema relevância.
LEIA MAIS
Entenda a variação no preço dos combustíveis em 2023
