20 de maio de 2024
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EP Agro

Mais da metade dos pastos brasileiros tem algum nível de degradação

Pesquisadora da Embrapa destaca que é possível recuperar ou renovar esse tipo de paisagem

As pastagens degradadas fazem parte da paisagem brasileira. Basicamente, é a condição resultante do processo de degradação, no qual a pastagem perde a capacidade de regeneração natural em função do baixo vigor de plantas forrageiras (espécies que garantem elevado rendimento a atividade pecuária, já que são utilizadas na alimentação de bovinos e suínos) e da infestação de plantas invasoras.

De acordo com a pesquisadora da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Meio Ambiente Sandra Furlan, “as principais causas da existência de pastagens degradadas no Brasil são o manejo inadequado das plantas forrageiras e do solo, as condições climáticas, o superpastejo (excesso de animais na pastagem) e a ocorrência de pragas e de doenças“.

Por meio do uso de geotecnologias, o Projeto MapBiomas estima que no ano de 2021 havia 33 e 62 milhões de hectares de pastagens em condição de degradação severa e moderada no Brasil, respectivamente. Isso corresponde à 63% de toda a área de produção pecuária do país. Para o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), “inicialmente produtiva, a pastagem degradada assumirá esta condição devido à ausência de manutenção ou ao uso intensivo, podendo apresentar outros problemas, como erosão, plantas invasoras e cupinzeiros”. 

 

 

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A pesquisadora Sandra Furlan afirma que é possível recuperar ou renovar (ou reformar) pastagens degradadas. Segundo a pesquisadora, para fazer a melhor escolha, o produtor rural pode consultar um técnico capaz de diagnosticar a condição da pastagem por meio da observação da idade e histórico de uso da pastagem, das espécies de forrageiras utilizadas, do vigor e cobertura do solo, do grau de infestação e tipo de plantas daninhas existentes e da aptidão da área para lavoura.

“As técnicas utilizadas na recuperação da pastagem geralmente envolvem o controle de plantas daninhas, o manejo da fertilidade do solo e as melhorias no manejo do pastejo. O investimento costuma ser duas a três vezes menor do que na reforma. Já a reforma ou renovação é recomendada para pastagens com grau de degradação moderado a avançado, podendo ser direta, quando envolve o plantio de um novo pasto, ou indireta, quando envolve o cultivo simultâneo ou sequencial de uma cultura agrícola, como milho, arroz, sorgo ou soja”, destacou Sandra Furlan.

A degradação de pastagens provoca prejuízos ambientais, sociais e econômicos que podem ser percebidos tanto na escala das fazendas quanto em escalas regionais. “Na escala das fazendas, a degradação reduz a capacidade de suporte e o desempenho dos animais, comprometendo a viabilidade do sistema com impactos econômicos e sociais. Também favorece a degradação do solo e a perda de biodiversidade. Na escala regional, a degradação aumenta as emissões de gases de efeito estufa por unidade de produto animal, reduz a biodiversidade e pode favorecer o desmatamento”, concluiu a pesquisadora. 

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*Sob supervisão de Patrícia Neves

 

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Vitória Silva
Repórter no ACidade ON Campinas. Formada em Jornalismo pela Unesp, tem passagem pelos portais Tudo EP e DCI, experiência em gravação e edição de vídeos, produção sonora e redação de textos, com maior afinidade com temas que envolvem cultura e comportamento.
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