O engenheiro agrônomo Gustavo Rennó visitou uma fazenda que produz Conilon e Arábica. Ele conversou com os dois cafeicultores da fazenda, Valdo Raasch e Vinicius Raasch, que mostraram as diferenças e semelhanças no cultivo das espécies arábica e conilon, plantadas na fazenda que fica nas montanhas do Espírito Santo, no município de São Roque do Canaã, que faz divisa com Itaguaçu.
Segundo Valdo Raasch, inicialmente, o local tinha apenas plantação de café arábica, mas com a baixa produção, decidiu diversificar, cultivando o café conilon.
Na Fazenda a plantação de café arábica tem um manejo diferenciado, no qual é retirada parte da “saia” da planta, isso porque a colheita é realizada com a peneira, facilitando o processo e diminuindo a quantidade de café caída no chão.
A plantação arábica da fazenda é pulverizada três vezes. Após a colheita, é feito o tratamento de fungo no solo via fertilização. Também é feita a beauveria, entre o final de julho e começo de agosto, realizada para evitar cochonilha. Por fim, em novembro, são introduzidos os fungicidas.
No passeio dentro da fazenda, Vinicius Raasch também acrescentou que é feita uma intercalação de fertil e adubação manual para que a raiz da planta abra e a produção de café seja maior. Além disso, é feita a adubação manual, pois, nos meses de novembro e dezembro, período no qual há potencial de mais chuva, é mais difícil fazer o processo de irrigação e a adubação manual, fornecendo mais nitrogênio e potássio, mesmo com a quantidade de chuva abundante.
Os cafeicultores explicam que os processos da arabica e do conilon é muito parecido para facilitar o trabalho. Por mais que trabalhem com os dois de formas muito parecidas, o cafeicultor explica que por real investido, o café com mais retorno financeiro é o arábica, tendo um retorno de R$2,90 por real investido, enquanto o conilon dá um retorno de R$1,97.
Com a familiaridade do café conilon e do café arábica, os cafeicultores abordam quais pragas são mais comuns em cada tipo de café cultivado na fazenda. As pragas ferrugem do cafeeiro, cochonilha-da-roseta e ácaro vermelho são mais comuns no Conilon, já o phoma, bicho mineiro e ácaro da leprose, normalmente, são mais encontrados no arábica.
Na colheita dos cafés, o processo dos dois tipos é o mesmo na fazenda, o conilon também é descascado no local. Por mais que o conilon seja mais duro em sua colheita, o rendimento compensa essa dificuldade. Quando o assunto é beneficiar e secar o café, os cuidados das duas variedades são os mesmos.
A conclusão é que os dois são muito bons e bem trabalhados em conjunto, pois com o instabilidade de produção do café arábica o conilon compensa com a produção anual, garantindo a economia cafeeira.