Por: Marina Fávaro
Cana-de-açúcar, milho, beterraba, soja e óleos de plantas podem ser matérias-primas para a produção de biocombustíveis. Por serem produzidos a partir de biomassas, os biocombustíveis são considerados alternativas mais sustentável aos combustíveis fósseis tradicionais, como petróleo, carvão e gás natural. Entre as vantagens estão a redução das emissões de gases de feito estufa e a possibilidade de reciclagem de resíduos.
Estudos indicam que o uso de biocombustíveis passou a ser uma tendência mundial. A pesquisa “Caminhos da Tecnologia no Agronegócio”, que foi realizada pela KPMG e SAE Brasil, indica uma visão otimista dos produtores rurais e das cooperativas em relação ao uso de biocombustíveis, como biodiesel, diesel verde e biometano, em máquinas agrícolas.
Segundo a pesquisa, 84% dos produtores e cooperativas acreditam na expansão do biodiesel, e 79% na expansão do diesel verde. Em relação ao biometano, 59% dos entrevistados apontam a expansão desse biocombustível, 44%, por sua vez, afirmam que o biometano representará um mercado de nicho, ou seja, sem perspectiva de expansão.
Daniel Zacher, que é mentor da SAE Brasil, afirma que “essa visão positiva reforça o papel crucial dos biocombustíveis na descarbonização do agronegócio e na construção de um futuro mais sustentável para o campo brasileiro”. Fato é que, historicamente, o Brasil representa um importante ator de produção e consumo de biocombustíveis. Entre os quais, podemos citar o etanol, que é proveniente da cana-de-açúcar, e o biodiesel, que pode ser produzido a partir de óleos vegetais ou gorduras animais.
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Especialistas ainda indicam que o Brasil está em posição de relevância no que diz respeito ao incentivo e a produção de fontes de energia renováveis. Isso porque o país apresenta uma condição climática que favorece o desenvolvimento da agricultura, já que, por estar localizado nas faixas tropical e subtropical, o Brasil recebe intensa radiação solar durante o ano todo.
O professor e pesquisador da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Rubens Maciel Filho explica que “o Brasil tem uma tradição relevante na posição de biocombustíveis, a partir do etanol e biodiesel, por exemplo. Se você tem condições de produzir a própria energia, especialmente renovável, você depende menos de situações externas ao país e, com isso, você tem a possibilidade de ter uma segurança energética mais eficiente”.
Ainda sobre a expansão de biocombustíveis no país, Luciano Rodrigues, que é diretor de inteligência setorial da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), pontua que o setor evoluiu muito no Brasil. “O setor, que no passado era do etanol da cana-de-açúcar, por exemplo, passou a ser do etanol de milho, da bioeletricidade, do biogás e do biometano. Ou seja, por meio de processos mais eficientes, a gente está extraindo mais e aumentando o portfólio do produto”, destacou o especialista. Fator que também contribui para a importância do país nesse contexto.
*Sob supervisão de Marcelo Ferri
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